quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

BARCO SEM RUMO

 


BARCO SEM RUMO

 

Eu não deveria ter deixado

Isto acontecer comigo

Transformei você em meta

Pensei que serias o meu caminho de paz

 

Tudo estava errado

Nossos objetivos não coincidiam

E você ficou parado em um mesmo lugar

Olhando eternamente o passado

 

Eu fui perdendo o rumo

Acreditando que apostar em você

Era minha grande missão

 

Afinal não acreditar em si mesmo

Ser um barco sem rumo

Era teu destino, acabou sendo o meu...

 

Mário Feijó

23.02.23

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

ANIMAL SELVAGEM

 


ANIMAL SELVAGEM

 

Eu não dependo de você – eu sei

Porque eu mesmo posso me abraçar

E conviver muito bem comigo e com a solidão

 

Porém o meu coração se sente partido

Quando o teu não bate junto ao meu

 

Eu até adoraria que tu me doasses flores

Então eu mesmo vou ao florista e as compro

Sei que lembrarás disto quando eu partir

Mas do que me valerá amanhã

Tuas lembranças tardias

 

E quando tu me abraças

Ou apenas sussurras que me amas

Porque nunca foi este o teu jeito de ser

O meu corpo se regozija

 

Sempre foste um animal selvagem

Uma força da natureza

Abatendo tuas caças

Para depois sair lambendo o sangue

Que escorria dos lábios e das feridas

 

Porém agora quando te vejo

Dócil ao meu lado

Penso que o amor opera mudanças

Mesmo nos mais brutos dos animais...

 

Mário Feijó

17.02.23


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

METEOROS



METEOROS

 

A vida passa tão rápido

Como se fora um piscar de olhos

Ao romper do dia vejo a luz do sol

Mandando raios de vida para o meu dia

 

E quando eu vejo o hoje

Ele já se tornou o dia de amanhã

Inesperadamente se torna o ontem

Lá no fundo da memória que precisamos resgatar

 

É como se fossemos meteoros

E o janeiro logo se torna dezembro

Enquanto perguntamos

O que fizemos neste período

 

E se não estivermos atentos

Os anos passam e nós nada fizemos

Para o nosso progresso espiritual

Apenas envelhecemos feito os meteoros no céu...

 

Mário Feijó

13.02.23





sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

A DOR

 


A DOR

 

 

Quando a dor chega

Não é muito fácil

Que ela queira ir embora

 

Terrível é a dor de cabeça

Pedra nos rins então nem se fala

Dizem que é pior que a dor de parto

 

Dor na coluna

Derruba qualquer um

Pelo desiquilíbrio que causa

Na estrutura do corpo

 

Dor nos pés, nas mãos

Geralmente é reumatismo ou artrite

Mas horrível também é a dor nos dentes

Sem esquecer a dor que é, a de uma uretrite

 

Não existe dor maior ou menor

Todas as dores precisam de atenção

Dói também a dor de amor

Que abala o coração

 

Lembre-se sempre que a nossa

Não é a maior dor do mundo

Respeite a dor do outro

Se também quiser respeito pela sua

 

Mário Feijó

10.02.23

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

E SE NÃO HOUVER AMANHÃ?

 


E SE NÃO HOUVER AMANHÃ?

 

Há poucos dias eu li na internet que “viajantes do tempo” não perceberam vida humana na Terra, a partir de 2024.

Eu não sou nada. Não sei de nada, porém faz uns três anos que “senti” que alguma coisa séria no planeta aconteceria e muitos seres humanos morreriam. Veio a pandemia e eu achei que seria nesta hora. E muita gente morreu. E todos estavam assustados.

Eu não quero ser alarmista, as morte que eu vi para o futuro do planeta eram muito mais, era um número maior que três bilhões de seres humanos. Não sei quando e se acontecerá realmente.

Então pensei “os seres humanos aprenderam a lição, a pandemia serviu de alerta”. Ganhamos uma nova chance, por isto descobriu-se a vacina tão rapidamente. Aí percebo que nada mudou. A pretendida solidariedade e empatia amorosa pelo “outro” – o tal “amai-vos uns aos outros”, não aconteceu, não vingou. Os seres humanos estão cada vez mais egoístas, avaros e cruéis uns com os outros. O amor ao próximo não vingou no coração das pessoas.

Nestes dois anos de pandemia todos empobrecemos, em todos os sentidos. O mundo inteiro empobreceu. A crueldade aflorou aqui e lá fora. Haja vista as notícias nos jornais. Nossos povos nativos estão morrendo pelo descaso e pela ganância. A guerra da Rússia contra  a Ucrânia, sem entrar muito no mérito da questão pois estão nos jornais todos os dias, é uma crueldade de irmãos contra irmãos. Até pouco tempo praticamente era uma única nação e agora vê-se o prazer em ver o outro morrer de fome e frio. Pior ainda é que tem “gente” que diz publicamente que “quando um não quer dois não brigam”, mas todos sabemos que não é uma situação tão simplória, como a desta colocação. Isto é falta de empatia. No entanto acaba sendo perdoável devido aos enormes problemas internos de nosso país que está flagelado em todos os sentidos.

E se não der tempo para consertar o mundo? E se não der tempo para socorrer os necessitados? E se não der tempo para viver o amor? O tão sonhado amor porque estamos esperando melhorias em nossa vida. Porque estamos esperando receber um dinheiro atrasado. Porque estamos esperando a aposentadoria chegar.

Então eu pergunto: e se a morte chegar antes disto? E se o mundo deixar de existir por causa de uma bomba ou um barulho ensurdecedor vindo dos céus? Ou porque um novo vírus voraz virá disposto a dizimar todos os seres humanos? Será que seremos os novos dinossauros a ser extintos? Será que a partir da extinção da raça humana aparecerá uma nova raça capaz de pensar menos em comida e mais em amor, satisfação pessoal... um novo ser mais iluminado que salve o planeta e que entenda que somos muito pequenos num universo tão grandioso.

Não sei! Mas sei que tudo é possível, que devemos ser melhores, evoluir, independentemente de o outro querer ou não, pois estaremos mais centrados na nossa evolução.

Há algum tempo tenho tentado ser coerente comigo e ser mais feliz – sozinho ou acompanhado – nos lugares onde a natureza poderia ser mais pródiga. Onde eu caminhe pela orla e não veja uma quantidade infinita de pinguins, tartarugas, peixes e outros animais marinhos mortos. Onde eu possa ir para o interior e não veja queimadas, tatus, araras, papagaios, onças e outros animais numa quase extinção por falta de mata e excesso de campo, numa terra devastada. Poucas árvores e muito bicho morto.

Pense, reflita, você pode ajudar a mudar tudo isto. Faça sua parte, o planeta é a sua casa...

 

Mário Feijó

 

01.02.23