CASA DESARRUMADA
Tudo era tão maravilhoso:
Flores no jardim
Carpas nadando no lago
Na frente da casa
Os girassóis viajavam
Se delirando com o sol inclemente
E para que tudo tivesse sintonia
Eu lhe dei amores perfeitos
Até que um dia você resolveu
Viajar nas asas de um colibri
Perdido, desencontrado
Fui vendo o lago secar
As flores ficaram secas
E os girassóis já não acompanhavam
A luz viajante do sol
Ficaram noites de dor
Quem passasse por fora daquele lar
Pensava “lá dentro vivem almas penadas”
Que todas as noites gemem
A solidão de um amor que se foi
Então tudo se renova
Aparece a sombra de um novo amor
Luzes se acendem nas noites frias
Corpos ressuscitam e gemem de prazer
Porém nem tudo são flores
Quando os amores perfeitos são ceifados
Pela foice da traição
E a casa volta a ficar desarrumada...
Mário Feijó
04.03.17
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