Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
O SHOW ESTÁ TERMINANDO
O SHOW ESTÁ TERMINANDO
O tempo passa e nós vamos percebendo
(e aprendendo) que é difícil viver, ao mesmo tempo descobrindo as delícias do
viver.
Viver é como subir em um
palco para fazer um show com muito amor e se divertir com o que estamos
fazendo. Minha vida foi assim! Minha vida, ainda, é assim!
No entanto a experiência nos
mostra que somos flores e toda flor tem seu ciclo de vida, ou seja: ser botão,
desabrochar e depois murchar até morrer. Estou me descobrindo a murchar e não
há o que fazer contra isto.
Olhando para trás percebo que
não notei os outros ciclos, mas este último me fez cair todas as fichas e faço
um balanço da minha vida como se estivesse a escrever um testamento, dando
adeus. Não há mágoas em meu viver, mas há pesares porque minha vontade seria
viver eternamente, porém o menino que mora dentro de mim não faz mais parte do
meu corpo. Todos a quem amei se foram. Cada um cuida de sua vida: amigos,
filhos, netos, parentes... Alguns partiram com mágoas injustas, outros com amor
no coração, todavia todos sem “tempo”.
O que eu gostaria mesmo era
de apagar feito vela soprada pelo vento, sabendo que iluminei enquanto havia
amor alimentando aquela luz, enquanto havia vigor. Minha luz se apaga e não há
o que fazer. O coração não é mais o mesmo. Os pulmões mal processam o ar
necessário ao meu corpo. A coluna mal me sustenta, ou então reclama as dores
deste corpo cansado. Sinto que estou indo embora... talvez não seja hoje ou
amanhã, mas não tenho mais tanto tempo para construir rancores, mágoas ou
sentimentos pequenos. Tenho lucidez, levo comigo só o que me sobra de amor.
Um dia quem sabe eu possa ser
uma estrela na vida dos que me amaram. Não vale a pena chorar por mim, agora ou
amanhã. Deixei meus sinais de amor por onde eu passei. Quem não viu é porque
tinha seu olhar voltado para o outro lado, para outras coisas, ou para outras
pessoas. Não lamento, portanto não lamente também.
Este é só um momento de
reflexão para mim ou para você. Não veja este texto como algo depressivo, mas
como um despertar. Há tempo para modificar tudo, basta que queiramos. Tudo é
possível, basta querer.
Eu me reinvento a cada dia e
quem sabe depois desta reflexão eu possa ressurgir das cinzas, das minhas
próprias cinzas e viver mais alguns anos. Eu não gostaria de viver muito tempo,
arrastando os pés, dando trabalho aos outros. Neste momento a única coisa que
eu gostaria era ter alguém que me abraçasse e que me cuidasse. Estou cansado de
cuidar dos outros. Estou sendo egoísta agora. Quero que cuidem de mim. Preciso de
um pouquinho de amor. Estou baixando as cortinas... meu show já acabou.
Mário Rogério Feijó
17.09.18
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
MERGULHO NO AMOR
MERGULHO NO AMOR
Diante do amor
Fico no alto da montanha
Apreciando o vale:
Sou um condor avaliando possibilidades
Algumas vezes o amor é assim
Ele nos mostra alternativas
Porque não dá para simplesmente
Abrir as asas e mergulhar de cabeça
Porém quando o amor acontece
Quando existe confiança
Solidariedade, companheirismo
Vale à pena ir fundo, mergulhar
E deixar o amor invadir você
É nestas horas
Que eu abro minhas asas
Apreciar a paisagem
E pulo da montanha sem sustos
Feito um condor que ganha a liberdade...
Mário Feijó
12.09.18
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
SÉTIMO ANDAR
SÉTIMO ANDAR
Entre uma surra e outra
Eles faziam amor gostoso
“o que são dois dentes quebrados?”
Dizia ela para a amiga
Que a aconselhava a se separar
Ela no fundo achava
Que a amiga queria
Que ela se separasse
Para ficar com ele
E aquela mancha roxa?
Isto já nem dói mais
Disse ela pra sua mãe
Depois que voltou da separação
“ele garantia que ia mudar”
Acreditava ela piamente
Até o dia em que ele bebeu
E a empurrou do sétimo andar
Agora não tem mais manchas roxas
Ela ganhou asas branquinhas...
Mário Feijó
23.08.18
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
AMORES VÊM E VÃO
AMORES VÊM E VÃO
Quando você para
De fazer tudo o que faz
Por aquela mulher
Que um dia partiu
Que dizia que lhe amava
Porém já partiu para outro
Fazendo tudo aquilo
Que antes fazia com você
Isto não é amor!
É pura obsessão!
Quando você continua
A viver sofrendo por este amor
Porém torce para que ela
Seja feliz com quem escolheu
Você também estará se amando
E um dia voltará a ser feliz
Isto sim é amor
Você estará se respeitando
Então tudo muda
Só depende de você
Para que a felicidade bata à sua porta
Porque você tem no peito esperança
A vida é cheia de oportunidades
E o amor vêm e vai...
Algumas vezes é eterno dentro do peito
Mário Feijó
22.08.18
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
DIA DOS PAIS (É TODO DIA)
DIA DOS PAIS (É TODO DIA)
Hoje
eu acordei da minha solidão e lembrei-me dos filhos e netos. Não porque este
dia era especialmente DIA DOS PAIS, mas porque faço isto todos os dias: lembro-me
de todos a quem amei pela vida afora. Lembro-me dos meus pais, dos meus avós,
tios e filho que já se foram, depois lembro dos que estão vivos e irradio a
todos o amor que sinto por terem estado em minha vida.
Depois deste “acordar” pra
vida procurei por alguma mensagem no celular que fizesse um destes seres
lembrar de mim: nada. Só haviam mensagens de amigos me desejando um feliz dia
dos pais, mas isto foi suficiente para levantar minha moral. Eu não dependo de
ninguém para ser feliz.
Era pouco mais de sete horas
da manhã e eu fui ao quarto do meu sobrinho (que veio morar comigo por uns
tempos) para fazer um tratamento. Tenho um “coração de mãe”, pois além dos
netos que já criei agora abri as portas para meu sobrinho-neto, entrei no
quarto dele e disse:
- Tome seu remédio.
Ele: - Bom dia tio! Feliz dia
dos pais.
Nem imaginava que ele pudesse
saber em que dia estávamos.
A solidão algumas vezes dói
demais. A minha não tem doido. O que me dói é a falta de amor.
Apesar de não gostar de ser
só, gosto da minha solitude.
Gostaria de ter meu amor por
perto, mas se não posso contento-me com o que tenho. E sou feliz, dentro do possível, porque eu
decidi que assim vou ser no tempo que ainda me resta neste planeta...
Feliz dia dos pais... todos
os dias.
Mário Feijó
13.08.18
quinta-feira, 26 de julho de 2018
OS SONHOS DE MARIA
OS
SONHOS DE MARIA
Maria
tinha sonhos de menina
Mas
também tinha sonhos de amor
Maria
pulava amarelinha
E
tinha no corpo um ‘calor’
Maria
fantasiava seus desejos
Dentro
do peito uma flor
Por
todo seu corpo cavalos saltava
Enquanto
Maria sonhava
Há
muito tempo não era menina
Mas
isto já nem lhe importava mais
Porque
o que Maria sonhava
Era
com os olhos de um ‘certo’ rapaz
E
nas noites solitárias Maria não dormia
Vivia
somente a sonhar
Maria
queria ter filhos
E
com um homem que lhe desse um lar
Mário
Feijó
26.07.18
segunda-feira, 23 de julho de 2018
QUE OS ANJOS DIGAM AMÉM
QUE
OS ANJOS DIGAM AMÉM
Quando
você orar
Pedindo
por teus sonhos
Que
os anjos digam amém
Sempre
que você
Pensa
em amor
E
orar pelo bem de outrem
Que
os anjos digam amém
Quando
você pensar positivo
Vibrando
na sua saúde
Na
saúde de alguém da família
Ou
na saúde de amigos
Que
os anjos digam amém
Quando
você pedir
Pela
prosperidade da pátria
Ou
orar pela paz mundial
Que
os anjos digam amém
E
sempre que houver amor em seu coração
Sempre
que você fizer algo por seu próximo
Que
os anjos digam amém
E
que a luz recaia sobre você hoje e sempre
Mário Feijó
23.07.18
domingo, 22 de julho de 2018
DRAGÕES QUE DEIXAMOS VIVER
DRAGÕES
QUE DEIXAMOS VIVER
O
amor é construído
Em
cima de muitas renúncias
Motivado
por esperanças
Que
se planejam a dois
Mas
cadê meus sonhos?
Foram
devorados dragões
Que
nasceram na última lua cheia
Escapados
da lança de S. Jorge
Agora
me foge das mãos
O
amor escorregadio
Que
tu me oferecias
Sequei
as lágrimas
Lixei
os calos de meus pés
Que
a estrada solitária
Forjou
em minhas solas cansadas...
Mário
Feijó
22.07.18
quarta-feira, 18 de julho de 2018
PARA ONDE FOI O AMOR
PARA
ONDE FOI O AMOR
Ele
ainda faz em mim
Ninhos
de outrora
Mas
eu sou agora
Ovos
que já goraram
Filhos
que jamais nascerão
Porque
morreram
Numa
estrada onde fomos
Perdendo-nos
aos poucos
E
agora me vejo
Naquelas
nuvens
Que
o vento empurrou
Para
lugares longínquos
Será
que ficaste cego
Dentro
da tua própria ignorância
Ou
fui eu quem cruelmente
Fui
te matando aos poucos
Dentro
deste ventre seco?
Mário
Feijó
18.07.18
segunda-feira, 16 de julho de 2018
ANJO PERDIDO
Tela de Joana Franko
ANJO
PERDIDO
Tua
vida
Era
cheia de imbróglios
Embrulhos
e mergulhos
Havia
escadas
Que
levavam a lugar nenhum
E
todos os lugares
Tinham
resquícios do passado
Ele
continuava
Pela
estrada escura
Porque
estava cego
Não
via luz e tampouco o futura
Tinha
cheiro de culpa
O
passado era podre
Modorrento
e pobre
E
ele só chorava, chorava, chorava
Mário
Feijó
16.07.18
À PROCURA DA LUCIDEZ
À PROCURA DA LUCIDEZ
Algumas vezes eu me pergunto
Para onde foi aquela lucidez
Que habitava meu cérebro?
Dentro dos meus pensamentos
Agora moram insensatez e delírios
Por um amor que habita fábulas
Fui me perdendo nas florestas
Cavalgo agora em corcéis
Tão descerebrados quanto eu
D. Quixote onde estás?
Espere por mim na próxima esquina
Quero ir de encontro ao vento norte
Porque eu penso que pra lá foi minha lucidez
Mário Feijó
16.07.18
terça-feira, 10 de julho de 2018
FRUTO PROIBIDO
FRUTO
PROIBIDO
Proibido
Fruto
pecaminoso
És
quase proibido
Um
fruto muito gostoso
Na
estrada
És
fruto preso no pé
Ao
lado de um fruto verde
Disfarça
que não me quer
Maçã
vestida de gente
Nuns
dias pareces homem
Se
te dou uma mordida
Diz
que dói e já é mulher
Eu
saio por campos correndo
Querendo
teu fruto encontrar
E
você sempre sorrindo
Estende
os lábios para eu beijar
Mário
Feijó
11.07.18
terça-feira, 3 de julho de 2018
LÁGRIMAS
LÁGRIMAS
Secaram-se
todas as lágrimas
Pelo
orgulho infrutífero
Parece
que foi ontem
Que
eu sentia o teu beijo quente
Lágrimas
ainda rolam
Levando
todo o teu cheiro
Que
ainda restava em mim
Lágrimas
lavaram todas as cores
Tiraram
todos os aromas
Do
teu perfume em meu corpo
Agora
em desespero
Eu
te procuro e não acho
Eu
te abraço e só sinto o vazio
Eu
respiro e os cheiros não lembram você
Mário
Feijó
Carlos
Diego
03.07.18
sexta-feira, 29 de junho de 2018
PRESENTE
PRESENTE
Diga
que me ama
Quando
estiveres bebendo algo
Beba
com prazer
Como
se estivesses
Engolindo
pedaços de mim
Ao
matar a tua sede
E
quando olhares para o céu
E
nele a lua estiver brilhando
Aspira
o ar da distância
E
te aproxima da lua
E
um pouco mais de mim
Há
espaços em tua vida
Para
o amor que te dou
(amar
nunca é demais, dizem)
E
eu não ocupo tanto espaço assim
Quero
apenas ser necessário
E
presente em teus dias...
Mário
Feijó
29.06.18
QUEBRA-CABEÇAS
QUEBRA-CABEÇAS
A cada orgasmo
Que eu tinha
Tu arrancavas
Pedaços de minh’alma
Que ia se desmanchando no ar
Feito fumaça e fagulhas
Que saiam das fogueiras
Que subiam para o céu
Em forma de súplicas
Como se fosse uma oração
Éramos pedaços que se fundiam
Tipo um quebra-cabeças de mil peças!
- Achei algo de você que faltava em mim!
- Eis aqui um pedaço que te completa!
Fique é teu!
Dizíamos um ao outro...
Mário Feijó
29.06.18
terça-feira, 12 de junho de 2018
TESTAMENTO DE UM AMOR MORIBUNDO (Para ser lido antes que ele morra)
TESTAMENTO DE UM
AMOR MORIBUNDO
(Para ser lido
antes que ele morra)
Eu bem
sei que esta é apenas uma data que acabou virando um momento comercial para o
mercado vender mais. No entanto, eu gosto dela, por saber que tenho alguém para
amar, e que mesmo distante é alguém que está na minha vida para me lembrar de
que eu existo e que ainda estou vivo.
Tenho plena consciência de que somos dois. Dois iguais e
tão diferentes.
Eu penso
que você entrou muito tarde na minha vida, mas antes tarde do que nunca. E se
tivesse entrado antes, minha vida seria outra, não como é agora, com filhos,
netos e ex-amores, uns tão queridos outros idos para sempre. Eu não os teria
vivido tão intensamente. Cada qual com sua característica própria. Penso que me
aprimorei para ter você e para ser teu namorado, embora perceba que você ainda
não aprendeu a ser o meu.
A vida é
muito rápida e um amor nos ensina a ser melhores. Não é o dinheiro que nos
molda, mas sentimentos sinceros. Viver esperando o melhor momento pode acabar
com a magia deste amor (que me parece moribundo, por isto este testamento). Logo
este amor que começou como uma grandiosa maratona e que agora esta se
apequenando.
Não deixe
o tempo passar para falar de amor. Não deixe a oportunidade passar para
descobrir o quão importante é este amor que você dizia ser o ideal, descobriu,
viveu intensamente e agora se acomoda sem nem ao menos mostrar o quão importante
somos na vida um do outro.
Eu já
pedi socorro, meus braços cansam-se se debatendo e penso que se realmente ainda
sou importante pra você salve-o, salve-me da solidão, salve-se de correr atrás do
“nada”. Quase joguei a toalha desistindo de tudo e hoje ressuscito-o neste
testamento, para que o amor não morra, que ele sobreviva à rotina pela
sobrevivência e à distância.
Neste dia
dos namorados eu te convido para aportar comigo nesta “ilha deserta” metafórica
e que nela possamos olhar mais um para o outro e menos para um futuro que a
Deus pertence enquanto ainda estamos vivos, saudáveis e nos amamos. Não deixemos
que nosso amor morra por falta de atenção, como tantos outros já morreram, para
que não lamentemos quando um de nós por qualquer motivo venha a dizer: adeus!
Infelizmente
a única coisa valiosa que eu te deixarei, se acaso me disseres adeus, é este
amor que vai sobreviver dentro de mim, como os outros que eu já vivi.
Mário
Feijó
12.06.18
terça-feira, 5 de junho de 2018
QUE MUNDO É ESTE?
QUE MUNDO É ESTE?
Que mundo é este
Onde para todo lado
Para o qual olhamos
Acontecem desatinos
São crianças morrendo de fome
Países em que seus governantes
Matam a população
Numa guerra étnica ou religiosa
Se você ligar a TV
Não ouve uma poesia
Ouve notícias de assaltos
Tráficos e corrupção
Que país é este
Onde as pessoas não querem mais estudar
Porque é mais fácil roubar
E quem tem muito dinheiro fica impune...
Que país é este?
Mário Feijó
05.05.18
terça-feira, 29 de maio de 2018
GOTAS
GOTAS
Eu bebi
Gotas do teu sangue
Não lembro se
No café da manhã ou
Quando tinha delírios febris
No jantar da noite anterior
Eram gotas doces
Com gosto de frutas frescas
Colhidas nos pés descalços
Nos calos dos teus pés
Doeu em ti
Cada gota
Sugadas à exaustão
Num inverno suarento
Os dias eram tão claros
Despidos estavam de nuvens
Sopradas a todo momento
Pela gigante boca do vento
Mário Feijó
29.05.18
domingo, 27 de maio de 2018
QUEM DE NÓS DIRÁ: ADEUS?
QUEM DE NÓS DIRÁ: ADEUS?
Era apenas o vento
Que batia em minha porta
Que trepidava minha janela
Pensei que fosse tu chegando
Não... não era o teu calor
Que às vezes sem pudor
Dominava o meu corpo
Noutras se deixava dominar
Não... não era o vento
E eu no meio dos teus pelos
Por vezes me afundava em pesadelos
Chegaste outrora feito anjo salvador
Para depois covardemente desaparecer
Sem ao menos dizer adeus...
Mário Feijó
27.05.18
domingo, 20 de maio de 2018
FOME DE AMOR
FOME DE AMOR
O meu corpo treme
De frio e de paixão
Solitário
Querendo que o teu corpo
Alimentasse o meu
Vejo o teu corpo
Como uma castanha
Que precisa ser quebrada
Para lá dentro encontrar
A semente que alimenta
É vital esta semente
Porque só ela me dará energia
Que matará a minha fome
Que me aquecerá do frio
Fazendo o meu corpo tremer
No prazer da tua carne
Que saciará a minha fome
Mário Feijó
20.05.18
AMAR NÃO BASTA
AMAR NÃO BASTA
É preciso companheirismo
Para que o amor sobreviva
Amar, somente amar, não basta!
O amor não sobrevive à solidão
Amar e se esconder
É criar um castelo de areia
Que desmorona ao primeiro vento
Que desaba na chuva
O amor não é utopia
Ele exige parceria
O amor pede afagos
Carinhos e também abraços
Quem ama joga tudo para o alto
Confia e decide ser feliz
Só assim o amor sobrevive
Mário Feijó
20.05.18
AMOR DE PAPEL
AMOR DE PAPEL
O teu amor
É um amor de papel
Ele rasga fácil
Some fácil
Queima fácil
É água que não consigo
Reter entre as mãos
Que escorrega pelos dedos
E desaparece nos bueiros
É um amor que some
Feito a fumaça das chaminés
Uma primeira chama acesa
E que se apaga ao primeiro sopro
Amor de papel fino
Que some no fogo
E no jogo da vida
Porque é um amor de papel
Mário Feijó
20.05.18
sábado, 12 de maio de 2018
NÁUFRAGO
NÁUFRAGO
No reflexo do sol
Brilha a luz do teu coração
Pedindo socorro
Quase naufragando no horizonte
A gaivota corre assustada
A garça recolhe sua saia branca
Na da praia da praia
Ficando apenas um véu de espuma
E o teu coração apenas pulsa
Fraco dói dentro do peito
Como se fosse explodir num infarto
O dia é um esplendor
Luzes pipocam sobre as ondas
Sinais do pedido de socorro
Daquele que naufraga distante
Mário Feijó
12.05.18
terça-feira, 8 de maio de 2018
ALMA ÁRIDA
ALMA ÁRIDA
Sem flores
Sem beijos
Sem sonhos
Sem desejo
O mato crescia naquela alma
O coração parecia
Que estava cheio de erva daninha
Que a tudo destruía
Machucando o peito
Em ritmo descompassado
A culpa era um câncer
Destruindo aquela vida
E em alguns minutos
Ele escancarou a janela
Para depois sumir
Na estrada deserta
Mário Feijó
09.05.18
sexta-feira, 27 de abril de 2018
ARTHUR ARTEIRO
ARTHUR ARTEIRO
Ele corre pela casa
Fazendo artes na parede
Risca, pinta e se esconde
É hora de praticar
Os exercícios da escolinha
Arthur nem sabe se quer
Ser artista, alpinista, médico ou desenhista
Olha para o mar e pensa
Quem sabe serei surfista
Quiçá o rei deles
Nome de rei ele já tem
Artista ele deixa para o irmão: Caetano
Afinal ele tem nome de Cantor famoso
Enquanto isto sem muita preocupação
Arthur pega a mochila e corre pra creche
Está na hora de ir brincar
Porque ninguém é de aço
Só a espada que na vida um dia irá empunhar
Mário Feijó
27.04.18
domingo, 22 de abril de 2018
O MUNDO ENCANTADO DE MOANA
O MUNDO ENCANTADO DE MOANA
Com apenas quatro meses de idade
Moana fica quietinha
Quando seus pais – Tatiele e Ivan
Folheiam seu primeiro livro
E a menina conversa
Como se quisesse contar a história
Daquele mundo encantado
Que ela descobrira dentro da barriga da mãe
Nada fala
Porque ainda não sabe falar
Mas sonha
Como se continuasse dentro do ventre
A mãe – professora –
Conta-lhe histórias reais
Outras apenas fantasiosas
E Moana encanta-se com o mundo que descobre
Mário Feijó
22.04.18
quarta-feira, 18 de abril de 2018
ADEUS ÀS BORBOLETAS
ADEUS ÀS BORBOLETAS
Eu plantei flores em meu jardim
Queria ter borboletas nele
Dentre elas havia amores-perfeitos
Alguns girassóis e uma ou outra rosa
Até que certo dia vi uma lagarta
Ingênuo, mal sabia
Que aquelas bichas feias
Eram futuras borboletas
Metamorfose – disseram –
Esperei para ver
De repente vi só uma casca seca
A borboleta já tinha ido embora
Restou-me a ilusão
De tê-la em meu jardim
Certamente não gostou das minhas flores
Mário Feijó
18.04.18
segunda-feira, 16 de abril de 2018
O AMOR EXISTE?
O AMOR EXISTE?
Passei a vida inteira
Correndo atrás de sonhos
Perseguindo o amor
Algumas vezes me iludi
Poucas vezes enganei alguém
Ainda penso que não se deve
Brincar com os sentimentos dos outros
E por ser um romântico incorrigível
Fui atropelado por pessoas
Que trocavam amor por sexo
E nesta brincadeira fui usado
Para depois ser dispensado
Noutras vezes fui tão explorado
Que estou em dúvidas se o amor existe
Mário Feijó
16.04.18
POR DETRÁS DAQUELES VIDROS EMBAÇADOS
POR DETRÁS DAQUELES VIDROS EMBAÇADOS
Por detrás dos vidros embaçados
Corre a Serra Geral apressada
Para logo descansar na cidade de Osório
O vento que antes varria as ruas da cidade
Levantando as saias de moçoilas pudicas
Hoje abastece a cidade com energia
Aquecendo no inverno ventilando no verão
A montanha serpenteia esverdeada
E ali ganha o título de Morro da Borrússia
Onde homens alados voam contra o vento
E borboletas coloridas se espalham no caminho
Naquele sábado o dia estava
Pintado de gris e o céu
Que normalmente era celeste
Tinha perdido suas cores
Enquanto isto numa sala
Poeticamente decorada borbulhava com sonhos
De intelectuais que pediam consciência cultural
Que os políticos teimavam em sufocar
Mário Feijó
14.04.18
domingo, 1 de abril de 2018
SEM CORAÇÃO
SEM CORAÇÃO
Algumas pessoas fazem da vida uma brincadeira
Não têm responsabilidade pra nada
E vivem a brincar com os sentimentos
De outras pessoas
Isto é quase uma crueldade
É como pegar uma criança
E soltar num campo deserto
A criança ficará perdida
Nossos sentimentos merecem respeito
E cada qual quer ser respeitado pelo que é
Pelo amor que temos à vida
E nas relações que vivemos com outros
Não dá para viver sem amor
Não dá para viver sendo enganado
Não dá para ter uma base falsa para pisar
Caso contrário afundamos em um lodaçal
Mário Feijó
01.04.18
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