segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

‘EU TE AMO’, DIZ O MAR

‘EU TE AMO’, DIZ O MAR

Quando eu coloco meus pés
Dentro da água gelada do mar
Sinto um arrepio que vai
Da sola dos pés até a coluna

O mesmo acontece
Quando o teu corpo toca o meu
Causando um arrepio
Eu sou garça perdendo a graça

Arrepiando as penas
Pé ante pé entro no mundo dos sonhos
Onde o teu prazer é o meu prazer
Na hora em que dizes “eu te amo”

E mesmo que o digas todos os dias
Eu não me cansarei de ouvir
Porque é isto que o faz continuamente
Quando se joga em ondas aos pés da praia

Mário Feijó

29.02.16

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ACORDE

ACORDE

Hoje eu acordei pássaro
Bati as asas
E voei até a tua janela

Num fio de eletricidade
Eu cantei a minha liberdade
Queria te ver
Alegrar teus dias
Espantar teus medos
E nada...

Nada aconteceu
Tu não despertaste
Nem viste o sol que brilhava
Naquele dia tão lindo

Eu sem você
Voei, voei, voei
Quase tive um choque
Tudo por ti
E tu? Nada!
Apenas dormias...

Mário Feijó
26.02.16

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

CAMINHOS

CAMINHOS

Algumas vezes
Somos marcas na areia
Que o tempo, o vento
Ou as ondas do mar apagam

Noutras somos apenas sombra
Diante da luz do sol
Algo tão pequeno e efêmero
Diante de um astro poderoso

Algumas vezes somos sentimento
Amor, amizade, solidão
Caminhamos seguindo em frente
Às vezes mudando de direção

Noutras não somos nada
Apenas um grão de areia
Que o vento leva
Diante do universo, da imensidão...

Mário Feijó

25.02.16

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

FIOS CORTADOS

FIOS CORTADOS

Amores são laços
Abraços apertados
Nós que nos amarram
A alguém em quem confiamos

Mas quando o tempo
Ou até mesmo rajadas
Desamarradas pelo vento
O amor esmorece

E nós queremos segurança
Quando estamos com alguém
Assim confiamos ao outro
A chave da nossa vida

Eu já não sei aonde andamos nós
Fios soltos ao vento
Ou seremos folhas secas
Jogadas de um lado para o outro?

Mário Feijó

22.02.16

O AMOR







O amor é "tipo" uma flor e nós deveríamos aprender com os jardineiros como cultivá-lo... 

Mário Feijó

domingo, 21 de fevereiro de 2016

COTIDIANO


COTIDIANO

O sol que já tinha nascido,
Espreguiçava-se por entre as nuvens...
Hora espiava... Hora expunha-se desavergonhadamente
Enquanto uns apenas caminhavam
Ele estendia seus raios sobre as nuvens
Dando luz ao dia e aos seus adoradores
Ao longe, a praia parecia deserta
Porém entre os escombros e as dunas
Dentro dos aptos havia
Os que também se espreguiçavam, outros
Vinham pela beira da praia
Alguns a fazer exercícios caminhavam
Misturando-se entre os que apenas pescavam

Na praça já havia crianças brincando
Fechado o bar ainda estava,
Pois a ressaca fora grande.
Na beira da praia, ratos deixavam seus lixos
(ou seriam homens, mulheres e crianças sem educação)...
Não posso afirmar nada. Era apenas um observador.
O Quero-quero catava seu alimento aqui e ali
Quando de repente surge uma enorme imagem
(seria um extraterrestre?). Ilusão!
Era apenas o fotógrafo catando imagens do cotidiano...

Famílias passeavam ouvindo música e conversando
As marcas que ficavam, logo eram lambidas pelo mar
Enquanto isto as garças,
Acostumadas às andanças dos humanos,
Pescavam seus alimentos,
Voando sempre que uma onda mais forte vinha
Não era hora de molhar as penas.
Que pena, nunca vi uma garça tomando banho.
Pensei como conseguem ser tão branquinhas?

O mar parecia ouro derretido
Vendo de longe ainda havia um gris
Deixado pela noite e pela bruma que o mar trazia
E o mar majestoso ia e vinha...
Igual às pessoas... igual às formigas...
E a bruma ao longe, aos poucos sumia...

Meus pés na água fresca se misturava à espuma do mar
Perto... Tão perto estava o farol imponente
Observando o que se passava longe...
E os homens e mulheres deixavam marcas
Que o raiar do dia e as ondas do mar,
Indo vagarosamente apagando...

Nem um pio, dava a coruja
Apenas observava mais um cotidiano.

Mário Feijó
21.02.16

(com todas as fotos de cada situação no meu facebook)



sábado, 20 de fevereiro de 2016

MALABARISMOS

MALABARISMOS

Joga pra cima
Joga para os lados
São argolas, laranjas
Bolas, bambolês

Alguns cospem fogo
Outros fazem contorcionismos
Alguns nas esquinas
Outros pela vida afora

Eu já fui jogado
Para todos os lados
Já cuspi fogo
Engoli chumbo derretido

Agora faço contorcionismos
Para poder sobreviver
Feito os malabaristas
Pelas ruas da cidade...

Mário Feijó

20.02.16

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ESPERAS

ESPERAS

Eu não gosto de esperas
Fico ansioso, angustiado
E a pessoa pela qual esperamos
Nem imagina este sofrimento

A espera quando é compromisso
Faz com que fiquemos angustiados
Quando o encontro demora a acontecer
Ontem eu te esperei, hoje espero meu vôo

Nem sempre as esperas são esperanças
Porque a esperança é de algo
Que pode ou não acontecer
E a espera é promessa de encontro

Eu já esperei o sol nascer
E fiquei feliz quando despontou
Porém esperar alguém que disse vir
Não tem o mesmo brilho do sol...

Mário Feijó
10.02.15

ANGELINA: O ANJO SENIL

ANGELINA: O ANJO SENIL

Ela, louca, rodopiava
Cantalorava cantigas de roda
Tinha nos olhos azuis
O infinito do meu olhar

Porém nas águas tranquilas
Do seu límpido olhar
Via-se que não havia lucidez
Era apenas o mar desvairado

Eu percebia nela
A candura dos anjos
Mas pela falta de banhos
Cheirava a leite qualhado

Apenas em algumas horas
Nós éramos dois solitários
Quando juntávamos nossa fome
Que os fios do macarrão desenrolava

Mário Feijó

16.02.16

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

PARECE-ME LONGE

PARECE-ME LONGE

parece-me longe
o dia de amanhã
e quando o amanhã chega
vejo que tudo era muito perto

parecia-me longe
um dia a velhice
porém hoje eu vejo que foi
sempre tudo muito perto

longe ficou o passado
porque ele não tem mais volta
porém quando o assunto é o amanhã
vejo que o tempo é areia movediça: engole-nos

tão rápido eu deixei de ser criança
e quando me descobri adulto
já tinha crianças nos braços
agora eles já me deram netos
e tudo ficou tão perto!

Mário Feijó
08.02.16

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

VIAJANDO COM DINHEIRO

VIAJANDO COM DINHEIRO

Faça um cruzeiro
Numa época
Em que o vintém
Não tem mais valor

No cruzeiro você pode
Gastar dólares
Ou até mesmo euros
Mas caia na real

Não ligue se está favorável
Apenas para a moeda inglesa
E se você for de libra
Convide alguém de gêmeos – vá em frente

Seja franco
Viajar é muito bom
Renova energias
Não importa se for praia ou campo
Apenas viaje...

Mário Feijó

02.02.16

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

MOLHA O MEU CORPO

MOLHA O MEU CORPO

O meu corpo
Cansado e suado
Molhado de lágrimas e dor
Precisa do teu para repousar

Quiçá eu descanse feliz
Ou até mesmo em paz
Quando em mim jaz
Uma tremenda aflição

Quero sereno e tranquilo
Ouvir teu ressonar
Quando em meus braços descansas
Feito eu que agora
Descanso em paz

Vejo o brilho dos teus olhos
O calor das tuas mãos
Que aflitas percorrem o meu corpo
Molhado, suado de amor

Mário Feijó

01.02.16