domingo, 30 de setembro de 2012

QUANDO O ASSUNTO É AMOR


QUANDO O ASSUNTO É AMOR 

Eu costumava ser outro
Vivia, olhava o dia,
Observava a vida
Agora eu me amo 

O fato de você
Também me amar
Tem feito toda a diferença 

Eu percebo que sou diferente
Que tenho luz e que
É possível ser feliz
Mesmo diante das dificuldades 

Estou conseguindo me superar
Subindo os degraus da vida
Lavando minhas culpas na chuva
E não acreditando em pecados
Quando o assunto é amor...    

Mário Feijó
30.09.12

sábado, 29 de setembro de 2012

ANJO SAFADO

(Deus Grego do Vinho, para os romanos Baco)

ANJO SAFADO 

Delícia
Safado
Gostoso
Sabor 

Sorriso
Branco
Maroto
Vento
Brando 

Pele
Jambo
Baco
Dionísio 

Secreta
Visão
Pecado
Tesão...
 

Mário Feijó
29.09.12

TRANSIÇÃO (EU SOU FELIZ)


TRANSIÇÃO (EU SOU FELIZ)

(vasos de alabastro)
 
Ultimamente eu tenho estado... 

        Um gato no cio
        Uma galinha poedeira
        Um cavalo selvagem
Uma vaca leiteira 

Um ganso no campo
Uma ovelha no pasto
Um cão que ladra
A cor do alabastro 

O vagalume na noite
O peixe que desova
O pinto atrás da galinha
O pato brigando com o marreco 

Tenho sido a onça caçando
O girassol encantado com a luz
A lontra pescando e a abelha
Que voa em cima de um pote 

Sou um pouco da água
Que corre lentamente pro mar
A mariposa que voa ao redor da lâmpada
O golfinho em busca do amor 

Eu sou a águia que caça
Um filhote querendo calor
A brasa acesa na lareira
Um anjo distribuindo o amor...
 

Apesar de tudo ser
De nada ter
Eu descobri que sou feliz
Quando estou com você...


Mário Feijó
29.09.12

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ENQUANTO O TEMPO PASSA


ENQUANTO O TEMPO PASSA

(Relato de uma linda história de amor)

 

Estávamos os dois, sentados na varanda. Ela se balançava numa cadeira, destinada a este fim, gozando o prazer de retornar à infância. Eu, próximo, sentei-me numa cadeira de vime e olhava seus belos olhos azuis, agora desbotados pelo tempo. Aos meus pés, nosso cão vira-latas, que chamamos de Tornado, visto que o bicho vira e revira tudo por onde passa.

Eu a chamava apenas de Mariazinha. Fora meu amor desde a adolescência. Encontramo-nos um dia na praça e fora amor à primeira vista. Eu jamais olhei para outra mulher com a mesma paixão que tive por Maria Leocádia. E penso que ainda tenho, pois acredito que o amor não morre, só os jovens e os modernos pensam assim, eu venho de outros séculos.

Hoje ela nem sabe mais quem eu sou. O tempo, a idade e o vento levaram a sua memória, mas eu sei quem ela é. Continuo a amá-la como a amei naquela primeira vez em que vestia um vestido floral de algodão. Era a mulher mais linda que eu já vira, no entanto, eu não parei de pensar nela como se fora um anjo, desses que Deus coloca em nossas vidas e que fica conosco até a morte.

O meu amor por ela ia além do seu cheiro de maracujá. O meu amor por ela ia além das comidas que ela me fazia todos os dias, como se fizesse mágicas sobre o fogão. Ela me encantava e eu jamais pensei noutra, mesmo agora, passados setenta anos, desde que nos conhecemos. Mesmo agora, em que algumas vezes ela me olha como se nunca tivesse me visto, porém eu sei que ali dentro ainda mora o meu amor. Eu ainda vejo dentro daquele corpo alquebrado, neste planeta há oitenta e oito anos.

Sei que também não sou mais o mesmo e meus noventa anos pesam. Por isto estou aqui lhe fazendo companhia; colocando no seu colo um cobertor quando venta ou faz frio; dando-lhe de comer, sempre que é a hora de fazê-lo, porque ela se esqueceu de tudo, inclusive de mim.

Temos um ao outro e eu jamais a colocaria em um asilo. Hoje tenho uma ajudante que cuida da casa e que me auxilia nas horas mais difíceis.

Somos duas velas que teimam em continuar acesas e no dia em que a luz dela se apagar, a minha também se extinguirá. Bem sei, que não somos eternos, nossa trajetória ainda não terminou e temos que cumpri-la até o fim.

Ontem eu pensei que ela partiria e me deixaria aqui sozinho, por quanto tempo eu não sei dizer, mas afirmo que seria meu fim – eu vivo por ela.

Lembro-me dos nossos tempos de namoro, noivado e casamento. Nossos filhos, agora espalhados pelo mundo. Foram três: duas meninas e um menino. Todos casados. Temos quatro bisnetos, mas só os vemos nos finais de ano, esporadicamente, pois mesmo assim às vezes nem aparecem. Porém eu não cobro nada deles – criam-se os filhos para o mundo.

Fomos sempre muito felizes e agora apesar da melancolia e apatia que virou nossa vida, eu ainda, tenho prazer em escrever minhas memória, meus poemas, minhas crônicas e contos – enquanto o tempo passa...

 

Mário Feijó

28.09.12

 

 

PS. Esta é uma obra de ficção, mas não deixa de ser o que eu sempre sonhei para a minha vida, em todos os relacionamentos que já vivi, mesmo agora quando estou sozinho, ainda penso num amor eterno.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ENCANTAMENTO


ENCANTAMENTO
 

Penso que me perdi no tempo
Que minh’alma acredita
Que em meu corpo envelhecido
Ainda habita a juventude de outrora 

Impossível meus olhos acreditarem
E me fazerem mergulhar
No calor que tem teu corpo
Absorvendo dele a minha juventude perdida 

Tudo entre nós
Acaba parecendo encantamento
Eu acreditando que sou um príncipe
E não vendo o sapo que ora sou 

O que para ti é muito
Para mim são migalhas
Que no caminho jogo aos pássaros
E tu feito passarinho comes na minha mão...
 

Mário Feijó
27.09.12

ARREBATADOR


ARREBATADOR 

Nem precisava ser assim
Tu não precisavas chegar
Com a lua sorrindo
Com as flores se abrindo
Em plena primavera... 

Nem precisava
Que a natureza
Fizesse tanta festa
Para que tu entrasses na minha vida
Bastava um sorriso de nuvens 

Tudo foi tão repentino
Realmente arrebatador
Eu por ti “cai de quatro”
Porém tenho medo deste amor... 

Estou vivendo o teu prazer
Usufruindo as delícias do teu ser
Esparramando-me pelo teu corpo
Para ver o que vai acontecer... 

Mário Feijó
27.09.12

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MENINA MÁ


MENINA MÁ

 

        Bem... Eu não queria falar de energias negativas, parece que isto atrai algo não muito positivo para a nossa vida, mas temos que enfrenta-la. E acreditando no poder do bem, no poder da luz, no poder do amor resolvi escrever esta crônica. Quem sabe esta sombra que espreita todos nós, em algum momento da vida, possa definhar nas palavras escritas e desaparecer na vida real.

Aquela menina que eu estou domando, como quem doma um animal selvagem tem uma energia no olhar que algumas vezes me assusta. Ela parece ser uma emissária da morte. Em alguns momentos ela me dá medo.

Depois de passar por tanta coisa ruim na vida, com seus poucos e adolescentes anos, acabei me tornando sua única esperança, sua tábua de salvação e com fé eu tenho lhe ensinado o que sei sobre o amor, sobre Deus, sobre o perdão e sobre domar sentimentos.

Somos nós quem alimenta o animal que mora dentro de nós, portanto podemos domá-lo, podemos domesticá-lo, podemos humaniza-lo ou simplesmente deixa-lo selvagem.

Aprendemos todos os dias. Por que uma menina não pode aprender? É com esta fé que eu crio esta pessoa (que alguém já a chamou de pequeno demônio). Acredito que a posso colocar no rebanho daqueles que se superam. Mas sempre há os momentos em que isto me assusta. Eu já vi muitas meninas e meninos maus e não vou deixar que esta se torne uma mulher má. Talvez seja esta a minha missão: jogar luz em uma única vida. Ao fazer isto quiçá eu também esteja jogando luz na minha, visto que nãos somos seres perfeitos.

Dizem que “de boas intenções o inferno está cheio”. Eu nunca pretendi interferir no destino de ninguém, no entanto não poderia permitir que aquela menina se perdesse. Isto seria uma derrota minha, numa vida já tão cheia de derrotas. Eu juro que sempre tentei acertar e muitas vezes “o tiro saiu pela culatra”...

Na vida é muito melhor relaxar e deixar as coisas acontecerem. A vida algumas vezes é como se você encontrasse um bote, onde é a correnteza que o leva. Você só pode direcioná-lo no caminho que já está traçado. Então você dentro dele só usa os remos para desloca-lo na direção que quer, sempre pra frente, não para empurrá-lo rio acima...

Então percebemos que se não conseguimos isto mudando a rota da nossa vida, como é que vamos fazer isto com a vida dos outros, sejam eles amigos, filhos, netos ou irmãos?

Por enquanto eu tenho conseguido manter com meus “remos” o rumo da vida desta menina e espero que a fé, a esperança e o amor possam um dia ser vistos por ela como algo transformador, que lhe deu um caminho e luz e que eu possa me sentir vitorioso por ter sido seu anjo da guarda, no momento que ela precisava de um, transformando-a num agente do bem para a sua própria vida. Capaz de fazer escolhas que não a façam se arrepender. Porque são as escolhas que traçam nosso rumo. E num planeta de expiações, onde viemos para aprender que eu possa também aprender com o que estou tentando ensinar.

Espero um dia poder novamente escrever algo sobre esta menina que aprende a dominar seus instintos e que seja algo muito mais positivo para todos nós. Tudo isto é um aprendizado. A vida é um aprendizado.

 

Mário Feijó

26.09.12

terça-feira, 25 de setembro de 2012

AMOR SEM PREÇO


AMOR SEM PREÇO

Algumas vezes
Eu queria um amor
Desses descartáveis
Ser feliz por uma noite 

Sair e comprar um amor
E usá-lo da maneira que quiser
Fazer-se feliz e depois...
Depois jogar fora... 

Mas o problema é que
Eu não gosto de coisas descartáveis
E muito menos de um amor deste tipo
Em que a gente paga por prazer... 

Eu gosto de beijar na boca
Eu gosto de tocar no corpo
Eu gosto de sentir a alma
E isto são coisas que não têm preço...
 

Mário Feijó
25.09.12

O QUE É QUE EU FAÇO?


O QUE É QUE EU FAÇO?
 

É tudo um jogo de interesses
Quando você ainda diz
Que não me esqueceu
 
Então você olha pros lados
Faz beicinhos e chora
Se eu não te ligo
Você se atira nos braços de outro 

Por despeito ou por amor
Você faz um jogo
Tentando despertar em mim
Um interesse que não mais existe 

O que é que eu faço
Se o meu amor
Já foi enterrado
E nem a alma restou? 

Mário Feijó
25.09.12

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

MINHA AMIGA FANTASMA

Minha amiga fantasma
Veio ontem me visitar
Queria ir para o aeroporto
Pra onde ela quer viajar?

O trânsito estava horrível
De carro não dava pra ir
Fomos então pegar ônibus
E dentro do terminal me perdi

Depois encontrei minha amiga
Caminhando por uns atalhos
Subi num telhado e não sabia descer
Enquanto ela conversava com um vizinho

Crianças choravam
E ela sem pressa na grama deitou
Conversava animada com este vizinho
Que ao me ver no telhado
Pegou uma arma e atirou

Por sorte o tiro não acertava
Eu atrasado, no sonho estava,
Quando de repente tropecei lá em cima
Cai do telhado e na cama acordei...



Mário Feijó_____________________________
23.09.12


PS. Este texto é resultado de um sonho com uma colega de trabalho falecida  recentemente...

ALVO

Quero um pouco de ti
No perfume das flores
Nos raios de sol e de luar
Agora que aqui não estás
Fico a te procurar em filigranas

E com gana de encontrar
Algum amor (mesmo que passageiro)
Não me permito deixar de amar

Não quero ser um velho amargurado
Que nas noites silenciosas
Geme agarrado ao travesseiro
Agora que não tenho você
Para dividir minhas dores...

Têm horas em que eu me pergunto
Quem de nós dois morreu?
Eu apenas sobrevivi para servir de alvo
E todas as flechas têm sido certeiras...


Mário Feijó_________________________________
22.09.12

PARA ONDE FORAM OS VERÕES?


PARA ONDE FORAM OS VERÕES?

Veja você
Novamente chegou a primavera!
Quando eu era criança
Pensava que ela fosse minha prima...

Hoje eu vejo
Que em cada estação
Eu me desfolho mais
E já nem sei sorrir 

Como faz o girassol
Deixei de me abrir ao sol
Já não sou mais teu jasmim
Que se abria cheiroso encantado 

Tenho dores em todos os caules
Minhas pétalas não têm mais viço
Eu passo os dias contando as luas
Para esquecer o teu sumiço...

Mário Feijó
24.09.12

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PARA VOCÊ PASSAR



PARA VOCÊ PASSAR

Agora meu coração é de pedra
Antes batia descompassado
Agora nem bate mais
É pedra pura, pedra barata
Daquelas que a gente
Encontra em qualquer estrada
Daquelas nas quais tropeçamos
Em qualquer esquina...
Não adianta burilar
Não adianta partir
Esta pedra não tem brilho
Se quiser pode nela descansar
Para isto ainda serve meu coração...
Nem as ondas do mar
Batendo todos os dias
São capazes de furar
Dissecado está meu coração
Não há segredos
Muitos amores por ele passaram
Nenhum ficou... Agora o desgraçado
Ficou empedrado, fechou-se,
Virou pedra de fogo
Daquelas que se parte
Para calçar estradas
Espicaçado está
Feito paralelepípedo
Para você passar...

Mário Feijó
21.09.12

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

LÁGRIMAS QUE O VENTO SOPRA


LÁGRIMAS QUE O VENTO SOPRA

Quem se importa
Com a dor do outro
Com a dor que agora
Eu sinto? 

Se é dor do mundo
A dor que hoje eu tenho
Ou uma dor que atinge a alma
E nela deixa marcas profundas?

Isto não importa
Pois o sol continuará brilhando
A chuva continuará caindo
E o vento sempre ventando 

E quanto mais forte o vento soprar
Menos doerá a minha dor
E diante dos teus olhos o que importa
As lágrimas que o vento irá soprar?...

Mário Feijó
19.09.12

SEGREDOS


SEGREDOS 

Passa o tempo
Todos os dias
Na mente o esquecimento
Que o passatempo soprou 

Esquecem-se os dias de sol
Um amor que foi embora
Tristeza todas as horas
Foi isto que o tempo deixou 

Ficou ali registrado apenas
Que todos têm um passado
Mas o passado do outro
Até o vento esquecido soprou  

E nós que ficamos somos conchas
Escondendo lá dentro os segredos
Que dentro de nós ficou
E se você quer mesmo ouvir: ouça o vento...

Mário Feijó
19.09.12

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ABANDONADO


ABANDONADO 

Dentro da mente
Bate uma ausência
Feito um relógio na parede
Marcando o tempo que escorre 

E no céu foi-se o sol
Já se passaram muitas luas
Perdeu-se a conta
Das estrelas que havia 

Tic-tac, tic-tac, tic-tac
Novos girassóis se abriram
Uma nova primavera chega
E os olhos não têm mais brilho 

No jardim a fonte secou
Não há mais pássaros na janela
Os gatos sumiram da porta
Os teus olhos não me sorriem mais... 

Mário Feijó
18.09.12

QUEM É ELE?


QUEM É ELE? 

Os dias têm
Corrido céleres
E ele passa devastador
Sobre nós como um furacão 

Causa estragos
Que não temos
Como reverter... 

Quando olhamos para trás
Sempre há saudades
Por pior que seja o passado
Até dizem que ele não existe
Mas o Tempo mexe
Com nossos sentimentos
Algumas vezes passa sem notarmos... 

Mário Feijó
18.09.12

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

TUDO DEVIA SER SIMPLES...


TUDO DEVIA SER SIMPLES... 

Simples
Como olhar uma estrela
Colocar os pés no riacho
Olhar um pássaro fazendo ninho
Uma flor se abrir
É o amor que eu queria ter 

Andar de mãos dadas
Passear na beira da praia
Fazer piquenique nos campos
Comer frutas frescas no pomar
Beijar na boca e namorar... 

Simples assim
Como ter uma casinha no campo
Fogão à lenha com água sempre quente
E quando a visita chegar
Fazer um café ardente 

Por que será que não dá?
Por que será que nem tudo acontece?
Enquanto isto a vida passa
A vontade esmorece e o que era para ser simples
Dentro da nossa cabeça vai complicando
E a gente sem perceber envelhece... 

Mário Feijó
16.09.12

domingo, 16 de setembro de 2012

GOSTOSO SABOR


GOSTOSO SABOR 

Essa tua cara
De bichinho malvado
Que rói meu coração
Corrói a minh’alma 

Que calada
Queria ser corpo
Atirar-te na cama
E te comer de colher 

Como se fosses
Leite condensado
Melado, viscoso
Gostoso, doce
Sabor de ontem...  

Mário Feijó
16.09.12

NÓS


NÓS 

Nós me amarram a ti
Como se fossem
Laços eternos
Invisíveis, no entanto... 

Nós dois seriamos
Como por do sol
No rio Guaíba
Ou nas praias do sul 

Como as das tardes
Sejam de verão
Ou de inverno
Em Floripa, sem precisar
Ir muito longe... 

Bastaria nossos braços
Amarrados em abraços
Como se de nós só restassem
Os nós que me enredam a alma... 

Mário Feijó
16.12.12

AMOR EFÊMERO


AMOR EFÊMERO 

Quando eu te vi
– eu não pedi, mas as coisas foram acontecendo – 

Quando eu te abracei
- eu não queria, mas vi um amor nascendo – 

Eu sabia que sofreria
- mas eu de ti precisava, fui me entregando – 

Quando eu me senti perdido
- eu tentei fugir, mas não mais podia, estava envolvido – 

Quando eu pensei que ainda era dono de mim
- tinhas tomado posse do corpo e da minh’alma – 

Quando eu pensei que ia entardecer
- tinha anoitecido, as luzes não se acendiam mais
Eu estava envolvido por ti
Enrolado em teu corpo sem poder fugir

Mas tu fugiste como fumaça
Que eu não mais podia tocar
Acordei suando, passo os dias a suar...


Mário Feijó
16.09.12


sábado, 15 de setembro de 2012

CARA DE PECADO



CARA DE PECADO 

Faz tempo
Que você
Não me olha
Com cara de pecado 

Os meus desejos
Continuam todos vivos
E eu não mereço
Em vida ser enterrado 

Quero os teus beijos
Molhados no corpo
Espalhados como tatuagem 

Quero sentir
O frescor da brisa
Que passa eriçando
Minhas flores do campo... 

Mário Feijó
15.09.12

ENCANTADO


ENCANTADO 

Eu já estava esquecendo como era sonhar
Então encontrei você
E meu coração ficou aos saltos,
Minha cabeça girava  

Eram sonhos borbulhando
Surgiram por entre lodaçais
De um cérebro pantanoso
E destinado a desaparecer... 

Como se fora uma flor do pântano
Você surge – cheirosa e me enreda –
Sou ave sem ninho e pousei 

Aspirando teu perfume me envolvi
Quando bati minhas asas senti
Que estava envolvido pelo teu encanto... 

Mário Feijó
15.09.12

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

ACENDENDO O FOGO


ACENDENDO O FOGO 

A vida não deve ser vivida
Como se fosse água morna...
Com água morna
Tomamos um banho 

Porém qualquer recomeço
Qualquer mudança
Necessita de uma água fervendo
Ou então uma água bem gelada  

Não devemos deixar
A vida passar como se
Nada estivesse acontecendo 

É necessário que acendamos
O fogo do amor, da esperança, da paixão
Para que a água fique fervendo...

Então acenda o fogo
Eu já estou chegando...

Mário Feijó

14.09.12

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O AMOR QUE NOS É DE DIREITO


O AMOR QUE NOS É DE DIREITO

É dolorido pensar
Que por uma flor
Você abra mão
De viver a sua vida
Abra mão de viver o amor 

É como olhar os campos
E vê-los secarem
Por falta d’água
Vendo os animais morrendo 

É como levar um choque
Querendo respirar
Faltando-lhe o ar
Porque faltou amor... 

Qual é a tua experiência?
Viver a vida dos outros?
Viver o amor dos outros?
Não abra mão do que lhe é de direito... 

Mário Feijó
13.09.12

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ELA TEM MUITAS FORMAS


ELA TEM MUITAS FORMAS
Apressada
Ela desce o morro
Toda rebolativa
Corre pelas escadas 

Algumas vezes
Nasce
Em um canto qualquer 

Brota
Formando um rio
E ganha curvas
Feito corpo de mulher 

E a água da chuva
Que mata a sede
Que irriga os campos
Que nos dá a vida... 

Mário Feijó
12.09.12