segunda-feira, 30 de novembro de 2015

EFEMERIDADE

EFEMERIDADE

Efêmera é a vida
Tal qual pássaros
Chocados no ninho
Emplumados batem as asas: voam...

Amores refrescam a pele
Feito asas de colibri
Que lentamente batem
Pra sumir na imensidão

Você é assim
Quando bate tuas asas
Para longe de mim...

Assim são os anjos
Invisíveis que nos protegem
E nós ficamos sem saber
Quando batem as asas e voam...

Mário Feijó

30.11.15

SIM, SIM! NÃO, NÃO!

SIM, SIM! NÃO, NÃO!

Sim
         Não
                   Sim!
Subida
Caída
Escorregão!

Sim! Sim!
Não! Não!

Mário Feijó
30.11.51


CONSTRUÇÃO



CONSTRUÇÃO

Alma sólida
         É pedra
Descanso
         Construção

Pedra no caminho
Pedra sob pedra
         Tijolinho... construção!

Mário Feijó

30.11.15

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PARA SEMPRE

PARA SEMPRE

SEMPRE
         Sempre mais
Sempre-viva

Mário Feijó

27.11.15

IR...Responsável



IR
  Responsável
        Pede perdão
Sem cultivar
                Amores perfeitos

__________________

27.11.15   

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DECIDA-SE

DECIDA-SE

Algumas pessoas dizem amar
Porém não confiam nos outros
Colocando em risco a união
E a credibilidade do amor investido

Decida-se:
Ou você confia e se entrega
Ou por desconfiança cai fora
Porque amar é se entregar...

Mário Feijó
25.11.15


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

LAMBENDO OS DEDOS

LAMBENDO OS DEDOS

Eu tinha sonhos
Feito pássaros
Voando sem destino certo.
Era uma criança!

Tornei-me adulto
E os meus sonhos pararam de voar
Pousaram na minha vida:
Doces! Cheios de recheio!

Não resisti: voltei a ser criança
Estou lambendo os dedos
Há uma realidade feliz
Dentro dos meus recheios!

Mário Feijó

23.11.15

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EU SOU PEDRA

EU SOU PEDRA

A pedra do teu caminho
Onde podes descansar
Ou a pedra que te atrapalha
E que te faz na vida contornar
      
Eu sou a pedra bruta
A pedra preciosa
Depende da maneira
Com que vais me encarar

Eu sou a pedra da construção
O alicerce, a base sólida,
A tua argamassa
O teu solo, o teu chão

Descansado fico estático
Olhando pra cima
Vejo o céu, vejo as estrelas
Você é meu universo

Mário Feijó

20.11.15 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ASAS DE BORBOLETA NA BEIRA DO VULCÃO

ASAS DE BORBOLETA NA BEIRA DO VULCÃO

Faz um ano
Que eu abri minhas asas
E feito borboleta
Voei ao teu encontro

Foi como se um vulcão
Entrasse em erupção
Lavas escorriam
Por todo um povoado

Mudanças ocorreram
Na minha vida e na tua
Flores se abriram
E o terreno ficou mais fértil

Asas de borboleta são frágeis
Lava de um vulcão devasta a planície
Há cuidados que são necessários
Para que as asas não queimem
Na beira do vulcão...

Mário Feijó

18.11.15

terça-feira, 17 de novembro de 2015

CEDER

CEDER

Cede
Ceder
Sedento
Suarento
Sede
Sediar...

Talvez algum dia
Pratique cedendo
Amar!

Mário Feijó
17.11.15

INDO MAIS FUNDO

INDO MAIS FUNDO

Na segurança da corda
Que lança o balde
Para buscar a água
No fundo do poço

Confesso que me perdi
Já não sei se sou água
Se sou corda
Que dá segurança
Ao balde que se atira
Para buscar a água

Porque o poço certamente
É o amor que me toca
Que me envolve
E que eu gostaria
Que te envolvesse

No entanto o mais importante
É saciar a sede
E amar sem restrições
Certamente mergulhando fundo
E transbordando de amor

Mário Feijó

17.11.15

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

POÇO DO AMOR

POÇO DO AMOR

O amor é um voto de confiança
Caso contrário um balde
Não se atiraria ao fundo do poço
Caso não confie que a corda não o segure

Assim somos nós, meros baldes,
Se não houver uma corda segura
Quem vai se atirar no fundo do poço?

Seja este poço uma promessa de amor
Ou simplesmente uma vida a dois
Direcionada por uma convivência harmônica

Amor é confiança, segurança
Enquanto não houver uma corda segura
Não dá para se atirar no fundo do poço

Mário Feijó

16.11.15  

domingo, 15 de novembro de 2015

DEPOIS DA CHUVA

DEPOIS DA CHUVA

Naquela tarde de sol
Eu já não sabia mais
O que eram gotas da chuva
Ou lágrimas caídas

Havia paz em meu coração
A mesma paz
De uma tarde de sol
Cheiro de evaporação

O mato e a grama
Ainda estavam molhados
O vento fazia as árvores chorarem
E suas lágrimas misturavam-se às minhas

Eu não conseguia definir o que sentia
Tamanha era a saudade
E tinha medo da distância
Que estava sendo construída

Depois da chuva
Eu e as árvores nos solidarizamos
E atiçados pelo vento
Deixávamos que as lágrimas caíssem

Mário Feijó
15.11.15


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

TADINHOS...

TADINHOS...

Vendo uma reportagem na TV, sobre comportamento de cães, de que eles precisam ter um líder e para isto só com adestramento.
Lembrei dos tempos em que éramos crianças e obedecíamos nossos pais. Tornamo-nos adultos educados. Passamos por dificuldades e fomos à luta. Nunca ninguém me deu algo sem que eu merecesse. Pensei “éramos adestrados” uma outra versão para educados, como acabam se tornando os animais.
Chegou a hora de ter filhos e pensamos “tadinhos”. Deixamos decidirem sobre tudo. Não nos chamam de “senhor, senhora”. Não nos pedem a benção... e o respeito sumiu. Sumiu em casa e nas escolas nem se fala. Tentamos ser democráticos demais. Desapareceu a liderança dos pais.
Acho triste que os valores tenha se perdido pelo caminho. E penso ainda que na angústia da falta de um líder, da falta de comando, muitos dos filhos não vão mais à luta. Nunca vi tantos adultos entre 25 e 40 anos que não trabalha esperando que os pais lhes deem “uma bolsa família”.
Os filhos completam 18 anos e quem pode já dá um carro. Os que não podem partem pras drogas, já que este é um caminho fácil para todos os sonhos. Os que não consomem, traficam.
Outros dormem, dormem, dormem... geração de cansados. Exigem dos pais o conforto que foram educados para ter. Sim! Somos culpados. Não ensinamos a dar valor ao que se conquista. E se eles não sabem e não obedecem mais aos pais, jamais saberão respeitar a um chefe. Qualquer salário recebido é pouco. Diz a mãe “tadinho”, diz a tia “coitado”, diz o governo coitados e assim prolifera uma geração de coitados.
Ficou mais barato para o governo dar “uma ração” (bolsa família) do que dar educação e ensinar a vencer. Continuam eternos dependentes sem perspectiva. Eu já ouvi que se deve ensinar a pescar do que dar o peixe, no entanto criar uma dependência ficou mais fácil para os governos. E para os pais (perdidos) a situação fica insuportável. Acabam patrocinando eternamente os filhos para não se incomodarem. Só que chega uma hora em que estes pais se aposentam (e não existem aposentadorias milionárias), nesta hora fica impossível continuar patrocinando tudo. E os filhos não têm a renda que pensam ser justas para eles, então a relação pais X filhos fica complexa, além do que eles pensam que seus pais não os amam mais.
É complicado. Deveríamos repensar a educação. Investir mais em cultura e nas relações humanas. Trabalhar não desmerece ninguém. Estudar só engrandece e ler... ah, ler: ler é descobrir um mundo novo. Aumentar nossa capacidade de cognição, de nos relacionarmos com o outro, de entender o mundo e de respeitar nossos pais. Entender que o amor não é medido em dinheiro. Eu já vi muitos ricos, a literatura tem muitos casos, de pessoas abastadas que deixam sua fortuna para um animal: um cão, um gato ou instituições de caridade. Antes não compreendia isto. Hoje entendo. Penso que é uma forma de dizer: vá à luta! Cresça!
Bem não sou nenhum “expert” sobre o assunto. Porém espero que façam pelo menos uma reflexão sobre esta realidade e aos que parei de “dar tudo o que tinham direito”: perdão, mas tenho que cuidar um pouco de mim, a velhice chegou...

Mário Feijó
11.11.15

terça-feira, 10 de novembro de 2015

RETALHOS DE NÓS DOIS

RETALHOS DE NÓS DOIS

Desde que você se foi
Minha vida ficou vazia
E procurei nas gavetas
As tuas lembranças
Guardadas em pequenas coisas:
Num canto havia um isqueiro
Noutro uma camiseta
Que usaste quando fomos à praia
No criado mudo ainda está
Tua garrafa d’água vazia
A garrafa de café espera por ti
(eu não vou fazer café só pra mim)
No computador vi tuas fotos antigas
E isto deu muita saudade
Fiquei costurando nossas lembranças
Fazendo retalhos de nós dois
E costurei meu dia
Com o cheiro teu em todas as minhas coisas...

Mário Feijó

10.11.15 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

AMORES VÊM E VÃO

AMORES VÊM E VÃO

Quando o sentimento é puro
Nada nos separa
De um grande amor

E quando um destes amores vai embora
É como ave que emplumou
E ganhou os céus
Em busca de novos horizontes

Não há como voltar para o ninho
Só porque um dia foi feliz ali
A experiência não se repete
E o amor é cristal que ao ser quebrado
Não tem mais conserto

Uma águia quando se atira das rochas
Ganha um novo mundo
Ou renasce depois para uma nova vida

Dê adeus aos amores que partem
Eles cumpriram suas missões
Vida nova é o que merecem
Quando a chance aparece...

Mário Feijó

09.11.15

domingo, 8 de novembro de 2015

À BEIRA DO CAOS

À BEIRA DO CAOS

Perde-se a inocência
Em uma noite fria
Ou numa noite d’amor

Perde-se a inocência
Diante de uma traição
Ou diante de mentiras
Que te enredam a descobrir o caos

E quando deixamos a inocência de lado
Podemos cometer pecados
Por sentimentos vis
Feito Ira, Ódio e Vingança

Eu confesso: já estive à beira do caos
Porém não perdi a inocência
E vencer o mal
É a maior provação

Somos testados todos os dias
Temos que estar alertas
Acreditar na força do amor
E que o nosso lar não é aqui
Mas para onde estamos indo...

Mário Feijó
08.11.15

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5441948

sábado, 7 de novembro de 2015

BARCO SEM RUMO

BARCO SEM RUMO

Da testa escorre o suor
Susto? Medo? Pavor?
Está complicado
Viver em um país desgovernado

A qualquer momento
Podemos bater contra o “rochedo”
E todos afundamos juntos
O barco é o mesmo pra todos...

Mário Feijó

07.11.15

ALÉM DA RAZÃO

ALÉM DA RAZÃO

Não basta a união de corpos
Para gerar o amor
Geramos filhos desta forma
(na maioria das vezes)
E eles se esquecem
(na maioria das vezes)
Que por amor foram gerados

Depois de muito tempo
Gente descobre que foi usado
Feito uma marionete
Para colocar no mundo seres insensíveis
(na maioria das vezes)

Devíamos amar uns aos outros
No entanto por desencontros
Somos abortados da vida
De quem deveria nos amar
Sem questionamentos

Há energias que parecem
Manipular cada um de nós
Mas a razão e a inteligência
Deveriam prevalecer
O amor não deveria ter máculas...

Mário Feijó

07.11.15

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A GATA BORRALHEIRA MEDROSA

A GATA BORRALHEIRA MEDROSA

Ela sempre se sentiu
Um peixe fora d’água
Até que resolvera sair de casa (drogas!)
Longe se apaixonou perdidamente
Para logo então descobrir
Que seu príncipe era sapo

O que lhe parecia o começo
De uma vida maravilhosa
Acabou se tornando seu calvário
Tendo o sapo como carcereiro

Ela sonha com a natureza
Idealizou um amor
Que só existe em contos de fadas
Agora chora quando queria sorrir

Lágrimas escorrem por seu rosto
E ela tem medo de fugir da prisão
Falta-lhe ânimo, fechou-se para o amor

Enquanto isto o tempo passa
E ela chorosa derrama-se em lamentos
Esperando mais um capítulo da vida
Sem coragem para escrever
A sua própria história...

Mário Feijó

04.11.15

terça-feira, 3 de novembro de 2015

FOI NECESSÁRIO

FOI NECESSÁRIO

Foi necessária a chuva
Para percebermos o quanto
O sol é importante em nossas vidas

Foi necessária a partida
Para percebermos que a presença
Era quase indispensável

Foi necessária uma lágrima
Para perceber o quanto
O teu sorriso importa

Foi necessária a solidão
Para que eu percebesse
O quão importante é
Você aqui comigo

Eu penso que já não sei mais
Ser feliz sozinho
Preciso de você para extravasar
A minha felicidade em viver

Mário Feijó

03.11.15  

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

DIA DE FINADOS-VIVOS

DIA DE FINADOS-VIVOS

Eu criaria um dia de finados
Para que os parentes:
Filhos, irmãos, sobrinhos
Nos visitassem enquanto estamos vivos...

Mário Feijó

02.11.15

VOLTE LOGO

(final de tarde no Rio Guaíba, em Porto Alegre. Foto: Mário Feijó) 
VOLTE LOGO

Eu me contento com pouco na vida
Não tenho grandes desejos
Nunca pensei em riquezas
Porém gosto de viajar

No entanto a vida me deu
Amores com os quais eu viajo
Sem nem mesmo sair do lugar

E quando eu fico sozinho
Oro aos santos para que fiquemos juntos
Já rezei pra Santa Catarina
Agora rezo pra São Paulo

E quando juntos estamos
Viajamos pelos céus
Vejo o mar no horizonte
Tenho sonhos a granel...

Mário Feijó

02.11.15

CADA UM DÁ O QUE TEM

CADA UM DÁ O QUE TEM

Envelhecer é cruel
Quando imprime o medo,
Sustos e dor ao corpo

O tempo nos dá sabedoria
Enquanto corrói entranhas
Fingindo-se de céu – a espera –
Que somos obrigados a suportar

Alguns se agrupam em bandos
Outros se isolam, como fazem os elefantes,
Vivendo de saudades e dores
Enquanto esperam apenas chances de amar

Outros ainda se disfarçam de jovens
Na busca de novos amores
Escondidos em abraços
Nem sempre verdadeiros

No entanto dentro de cada um
Sobrevive uma criança que jamais morre
Alma não envelhece, aprende,
E cada um na troca, dá apenas o que tem...

Mário Feijó

02.11.15

domingo, 1 de novembro de 2015

MEU CHÃO

MEU CHÃO

Agora és meu chão
O solo em que piso
O ar que respiro
E que me dá sustentação

E quando eu te piso
Não é para te machucar
É apenas uma entrega
Tenho meus braços abertos

Pronto para te entregar
Meu amor sincero
Que chegou de mansinho
Tomando conta de meus dias

És o pão que me sustenta
Quando perco o ar
O oxigênio que respiro
E que me deixa viver...

Mário Feijó

01.11.15