sexta-feira, 30 de março de 2012

NA PRAIA COM AMIGOS






Era um dia quente no final do verão, Daiane combinou com seus colegas de escola fazer um passeio na praia. O objetivo era uma confraternização, visto que as aulas estavam reiniciando.

No entanto assim que viram as dunas, Vitória e Ana Júlia muito afoitas, como se nunca tivessem visto o mar, atiraram-se com roupa e tudo. Depois ficaram batendo queixo e tremendo de frio, estragando a alegria do piquenique. Uma boa parte dos colegas influenciados pelas duas fez o mesmo. Só os mais ajuizados esperaram a opinião do professor, já que o objetivo não era este, mas sim colher subsidio para um trabalho de aula.

Um dia na praia, sempre é um motivo de felicidade para qualquer criança, para qualquer adolescente, mas o mar tem que ser respeitado, principalmente os mares abertos, como são os mares do Rio Grande do Sul. Os perigos sempre se fazem presentes e um dia de felicidade e de irresponsabilidade pode também ser um dia fatal em nossas vidas. E fatalidade não manda avisos.

O número de salvamentos realizados pelos salva-vidas nos litorais Norte e Sul e balneários de águas internas chegou a 1.022 até às 13h do dia 15/3/12, segundo levantamento apresentado pela 42ª Operação Golfinho. O índice é 47% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram resgatadas 1.919 pessoas. A Operação Golfinho teve início em 17 de dezembro.

As mortes por afogamento também apresentaram redução. Os dados divulgados pela operação mostram o perfil das pessoas que mais se arriscam. A maioria dos resgates aconteceu entre as 14h30 e 19h e envolveu rapazes entre 11 e 20 anos.

Para o comandante dos salva-vidas, tenente-coronel Rogério Alberche, é fundamental que se conheça as áreas de banho antes de entrar na água. "Seja mar, rio ou lago, é importantíssimo conhecer o local, saber se há pedras ou madeiras, e banhar-se com água até a cintura". Outro conselho dos salva-vidas é que o banhista mantenha-se calmo ao constatar a impossibilidade de retornar sozinho à beira da praia. "Neste caso, o importante é manter a calma e procurar boiar na água até a chegada dos salva-vidas".

Assim sendo, penso eu que o mar ou até mesmo um local com águas paradas, mas desconhecidas, deve ser respeitado.

Pensem nisto colegas e aproveitem muitos verões que virão e tirem dos erros cometidos lições para não repetirem o que fizeram outro dia, pois segundo o professor me falou ele não mais os levará para fazerem passeios pelas ruas...

Beijos da Colega Daiane


 
Mário Feijó
30.03.12

_____________________
* Exercício tema com minha personagem onde os alunos também receberam a incumbência de escrever sobre um piquinique na praia...

http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php

quinta-feira, 29 de março de 2012

D’US





Deus
D’us
D’eu 

        Daqui
        Dalí
        De lá
        De cá 

Ágora
Agora
Águia
Atila  

        Ágil
        Argila
        De um Deus
        Que tudo cria 

Criador
Criatura
Creia-me
Cred’us


Mário Feijó
28.03.12







[i] D-us, ou D'us, é uma das formas utilizadas por alguns judeus de língua portuguesa para se referirem a Deus sem citar seu nome completo.

NOSSAS MARCAS






Sopra o vento
Na beira da praia
E eu te procurava no horizonte
Quando lágrimas caíram nas dunas


Cada gota no chão
É uma palavra de saudade
São as marcas do nosso silêncio...


Mário Feijó
28.03.12


FLORES PARA VOCÊ




As minhas dores
Nem viraram flores
Que eu pudesse
A ti entregar
Elas viraram espinhos
Viraram cruzes
Que eu carrego
Com dificuldades...

As minhas dores
Hoje são sementes
Que plantei no solo
Esperando um dia brotar
São girassóis, rosas amarelas
Amores perfeitos, crisântemos,
Antúrios que eu planto
Todos para te dar... 

Mário Feijó
28.03.12

RENOVANDO SONHOS





Havia muitos sonhos

Todos sonhos nossos

Restaram só os meus envelhecidos...



Mário Feijó

29.03.12

SÓ VOCÊ





Só um surdo
Para não ouvir meus lamentos! 

Só um mudo
Para me ouvir
E não contar meus segredos! 

Só um mouco
Para não fazer pouco
De tudo o que eu passo
E dos meus passos
No espaço que tenho... 

Só um louco
Para me abrir os braços
Encher-me de abraços
Sem nada pedir... 

Mário Feijó
29.03.12

MÁGICAS DO TEMPO






Há poucas horas nos meus dias
E os dias do meu tempo somem
Desaparecem todos feito o coelho
Que eu tirava todos os dias da cartola 

E agora? Bem agora
Chamam-me de louco
Mas quem não é?
Eles que se dizem donos da verdade? 

Certamente que não o serão!
Cadê meu coelho? Onde está minha cartola?
Nestes tempos de hoje
Todos querem fazer mágica 

Certamente que por isto
Não me sobra mais tempo
Porque tenho somente tempo para contar
Todas as mágicas que faço para sobreviver... 

Mário Feijó
29.03.12

terça-feira, 27 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: TARADO: Ganhei um pequeno gatinho Que desde pequeno Assim que me via Vinha malandramente O seu rabo encostar em mim   Eu ainda ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: PRECISO DE ABRAÇOS: Justo na hora em que Eu mais preciso de abraços Não posso recebê-los   Tenho que resguardar meus costais Para só daqui a alg...

PRECISO DE ABRAÇOS




Justo na hora em que
Eu mais preciso de abraços
Não posso recebê-los 

Tenho que resguardar meus costais
Para só daqui a algum tempo
Receber novos abraços apertados... 

Minha neta hoje me disse
- Vô eu queria te dar um abraço apertado,
Que pena que não posso!
Guarde teus abraços Larissa
Eu vou cobrá-los todos... 

Houve um tempo
Em que eu queria
Que o tempo parasse
Agora eu quero a sua celeridade
Nem me importo mais
Que eu não seja eterno... 

Mário Feijó
27.03.12

TARADO






Ganhei um pequeno gatinho
Que desde pequeno
Assim que me via
Vinha malandramente
O seu rabo encostar em mim 

Eu ainda não tinha um nome
Para dar aquele gato
E com certeza não cabia outro
Além de Tarado, sim ele era tarado em mim... 

Se Tarado me visse miava
Sempre querendo comer
Ou pedindo um colo
Ele era assim, manhoso e guloso... 

E Tarado cresceu
Enquanto eu envelhecia
E não combinava mais
Tarado enroscado em minhas pernas. 

Tentei impedi-lo, enxotando-o
Até que Tarado entendeu aquilo
Como uma rejeição e sumiu para sempre... 

Mário Feijó
27.03.12

segunda-feira, 26 de março de 2012

VAIDADE NA GAIOLA






Outro dia eu prendi
Minha vaidade na gaiola
Me despi do verbo
E me vesti de versos e de substantivos
Joguei fora os advérbios
Amarrei alguns pronomes... 

Depois... depois eu visitei meus anjos
Que haviam fugido de minha gaveta
E deixei meus demônios
Todos a pão e água...

E a vaidade lá... presa na gaiola
Toda se fingindo de inocente
Gemendo, quase morta,
Ficando seu destino a lamentar... 

Não me penalizei
Ela não é bicho fácil de lidar
Portanto não é bom facilitar
Olho na gaiola e chave escondida... 

Mário Feijó
26.03.12

ALMA TRANSGRESSORA





Eu penso que minh’alma
É assim meio transgressora
Quando não sente culpas
Quando não acredita em pecados 

Ela é capaz de qualquer coisa
Quando o assunto é amor
Não sofre culpas
Apenas respeita os outros

E quando minh’alma ama
Vive um amor sem limites
Incondicional e se entrega 

Minh’alma transgressora
É feito a duna no deserto
Que todo dia muda de lugar... 

Mário Feijó
26.03.12

domingo, 25 de março de 2012

ENTRESSAFRA DO AMOR




Eu não sei
Se o amor na vida da gente
Também passa por períodos
De safra e entressafra 

Parece-me que no momento
Nada que eu plante
Em meu coração dará flores
Então eu aproveito e guardo sementes 

Quiçá um dia
Eu sinta uma raiz fisgando
Assim eu o regarei
Para ver se consigo colher algum fruto 

Meu chão no momento está árido
Nenhuma semente germina
Vivo dias de desânimo
Mas há esperanças plantadas em meu coração... 

Mário Feijó
24.03.12

sábado, 24 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: O AMOR:   Eu não sei se o amor tem períodos de entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes. Mário Feijó 24.03.12...

O AMOR






 Eu não sei se o amor tem períodos de entressafra, mas no caso de dúvidas guardei algumas sementes.



Mário Feijó

24.03.12

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: BANHO DE LUA: À noite Todos os dias Luzia ia Na cachoeira se banhar   Até que um dia Quando a bela Luzia Na luz da noite O corpo ...

BANHO DE LUA





À noite
Todos os dias
Luzia ia
Na cachoeira se banhar 

Até que um dia
Quando a bela Luzia
Na luz da noite
O corpo despia 

Entrou n’água
Que estava fria
E sua pele fez arrepiar 

Houve um coiote
Que via Luzia
Todas as noites
Sob o luar 

Até que um dia
Ele se transformou
Atacou Luzia
Feriu seu corpo e a matou 

Agora nas noites
De lua cheia
A cachoeira sangra
Pela morte de Luzia... 

Mário Feijó
24.03.12

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR: Ainda bem que os passarinhos Não pararam de cantar Que as estrelas Não pararam de brilhar Que as ondas do mar Continuam ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SEM TI NÃO ME RESTOU NADA: Foi tão pouco O que sobrou de mim, Além dos teus restos mortais, Das tuas cinzas Que o mar embaralhou Feito as cartas Na...

SEM TI NÃO ME RESTOU NADA





Foi tão pouco
O que sobrou de mim,
Além dos teus restos mortais,
Das tuas cinzas
Que o mar embaralhou
Feito as cartas
Nas tardes de domingo;
De uma cachorra neurótica
Que virou minha sombra e
Que discute com os gatos da vizinhança;
Das lembranças dos nossos
Dias sempre tão agradáveis
Que se impregnaram na minha mente
Na minha pele e nos meus dias
Que eu não sei
A direção que escolho
E ainda ouço os teus a me dizerem
“está faltando joia aqui”
“eu quero esta casa para nos confraternizarmos”...
Vão comemorar a tua morte?
É tão pouco o que restou de mim
E de toda esta gente...

Mário Feijó
23.03.12

AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR





Ainda bem que os passarinhos
Não pararam de cantar
Que as estrelas
Não pararam de brilhar
Que as ondas do mar
Continuam a me falar de ti 

Outro dia eu fui à praia
Queria caminhar contigo
Abracei-me ao sol
E me deixei levar rumo à maresia 

Ainda bem que o tempo não parou
Eu já estou cansado de sofrer
E todos dizem que o tempo
É um santo remédio e que
Cura todas as dores... 

Ainda bem que haverá outros verões
Que eu espero sejam diferentes deste!
Que as rosas continuarão a florir
Porque eu quero me enganar
De que daqui a pouco tu voltarás... 

Mário Feijó
23.03.12

quinta-feira, 22 de março de 2012

ALGUNS PECADOS MEUS




Nem todos os pecados do mundo
São pecados meus... 

A abelha zangada ferra alguém
A cobra esfomeada abocanha
E o culpado sou eu?

Não!
Eu não sou responsável
Pelos pecados do mundo
Nem pequei com Madalena
Foi ela quem me seduziu... 

Outro dia eu vi
Dois perdidos numa noite de luar
A fazer amornas dunas
E também me deu a vontade de pecar 

Mas nem todos os pecados do mundo
São pecados meus
Eu não sou tão amoral
Sou apenas um mortal
Que quebra regras
E que responde pelos pecados
Mas somente pelos seus...


Mário Feijó
22.03.12

DESEJO IMORAL



Há um desejo imoral
Uma alma imortal
Que sempre nos acompanha
E que vive para aprender 

A carne é fraca
O corpo erra e nem sempre acerta
O que quer fazer
Mas aprendemos com os erros 

E se a alma for imoral?
E o desejo é imortal
O que irei fazer?
Continuar errando? 

Porém amar não é pecado
E eu posso escolher
Quem eu quero amar
Então que se danem os outros
São as minhas escolhas... 

Mário Feijó

22.03.12

terça-feira, 20 de março de 2012

SE EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...



       

        Eu pularia alguns dias da minha vida
Eu jamais moraria na praia
Eu nunca viajaria no natal
Eu jamais teria me casado
Eu te diria muitas vezes “eu te amo”
Eu amaria intensamente as pessoas pelas quais eu me apaixonei, sem pudores
Eu ter-me-ia permitido mais
Eu me culparia menos por tudo
Eu me amaria mais do que amei
Eu não me fixaria num único lugar
Eu cantaria muito mais
Eu não me sacrificaria por meus filhos
Eu amaria menos aos ingratos
Eu cuidaria um pouco mais de mim
Eu me preocuparia menos com os outros
Eu viveria mais próximo dos campos e rios
Eu viveria rodeado de animais (eles são mais sinceros que os humanos)
Eu plantaria mais árvores, plantas e flores
Eu comeria mais vegetais
Eu caminharia ao menos meia hora por dia no sol da manhã
Eu faria mais exercícios
Eu beberia mais água
Eu dormiria menos que as minhas oito horas
Eu me perdoaria mais
Eu teria menos pudor com meu corpo
Eu teria economizado um pouco (e penso que seria rico)


No entanto eu me contentei em viver bem, não guardar dinheiro, amar sem restrições, ser feliz e sempre sofrer por amor...

Deu no que deu...



Mário Feijó
20.03.12

segunda-feira, 19 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS: Muito mais que lágrimas Eu verti por ti, por nós Que deixamos de existir E pela minha solidão   Você era a minha multidão ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MILAGRES ACONTECEM

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: MILAGRES ACONTECEM: Olhos rasos d’água Alma seca Ressecado chão   Um pássaro cai Abatido por uma vassoura De uma bruxa Em seu voo rasante...

MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS




Muito mais que lágrimas
Eu verti por ti, por nós
Que deixamos de existir
E pela minha solidão 

Você era a minha multidão
Em uma só pessoa
Preenchia todos os espaços
E quase me bastava, faltava pouco... 

E tu sabias tudo de mim
Sabias que eu era feliz
E que por ti abri mão
De muitas propostas de vida 

Nós tínhamos um sonho adolescente
De viajar mundo afora
De dar asas à imaginação
Porém você foi à frente... 

Mário Feijó
19.03.12

MILAGRES ACONTECEM





Olhos rasos d’água
Alma seca
Ressecado chão 

Um pássaro cai
Abatido por uma vassoura
De uma bruxa
Em seu voo rasante 

A menina órfã chora
A morte do pássaro
Enquanto no ninho
Os filhotes clamam alimento 

Uma lágrima cai
Do chão brota uma flor
E no bico dos filhos
Caem gotas de néctar... 

Mário Feijó
19.03.12

domingo, 18 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: EU NÃO APRENDI A VIVER SEM TI

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: EU NÃO APRENDI A VIVER SEM TI: Eu penso que neste momento Bastar-me-ia o silêncio da tua presença Mas o que me restou foi a solidão E no silêncio da tua au...

EU NÃO APRENDI A VIVER SEM TI






Eu penso que neste momento
Bastar-me-ia o silêncio da tua presença
Mas o que me restou foi a solidão
E no silêncio da tua ausência algo não cala 

Como eu posso não sofrer?
Todos dizem que só o tempo
Que o tempo é o melhor remédio
Mas não há remédio para esta dor 

Havia em ti uma metade de mim
Que agora se foi arrancada
Eu tenho que aprender
A me reconstruir sem ti... 

E o que eu faço
Com o silêncio na minha mente
Eu não aprendi a viver sem ti
Isto ao menos tu podias ter me ensinado... 

Mário Feijó
18.03.12

sábado, 17 de março de 2012

OS MOTIVOS DA MINHA ESCRITA





Eu não escrevo para que me entendam, eu escrevo para acordar as pessoas, para que elas reflitam e se entendam...

Algumas vezes esperneio com o que fazem comigo, mas minha essência é boa, embora muitos me julguem, alguns até pensam que eu sou do mal.

Mas desta vida nada quero além de aprender. Eu sou um ser em evolução, mas não me prendo a credos ou dogmas das igrejas que por aí estão...

Acredito em Deus e que somos seres espirituais em evolução, mas dentro de nós habita sim um anjo e um demônio e que escolhemos nossos caminhos...

Não me julgue, nem a si mesmo.

Apenas viva e se permita viver... porque quando se vê o dia acabou e quando se pensa no dia o mês acabou, e quando se pensa no mês acabou o ano e a vida se foi.

Eu não construo coisas materiais, mas tenho algumas que me acompanham: meus livros, meus CDs, minhas roupas, um carro para me levar aonde eu quero ir e um lar. Não importa se é meu ou alugado. Mas ninguém pode dizer a hora que eu devo dali sair, eu preciso de segurança, preciso de um abrigo, preciso de paz.

Há muito eu brigo pelas coisas que eu quero, mas jamais briguei por coisas materiais. Espaço é uma coisa. Ter é outra completamente diferente e eu não tenho nem levarei nada desta vida, além do meu próprio SER. Por isto procuro construí-lo, criar bases sólidas para que o ser espiritual que me habita não desmorone.

Por isto mais uma vez eu lhe digo: não me julgue, nem a si mesmo, permita-se viver...

Algumas vezes eu sou intrigante, outras instigante, mas jamais você irá dizer que eu passei pela vida de alguém sem ali ter deixado marcas. Cada um me julga pelo que é. Se você tem uma essência boa, certamente logo se identificará comigo, mas se já sofreu muito na vida e se está com um pé atrás com os outros, certamente me odiará, porque eu cutuco, faço você ir pra frente, deixar de ficar no tempo parado pensando no que já passou. E ninguém gosta que mexam com suas feridas: por isto eu digo que sou instigante. Quero reação, quero amor, quero perdão, quero amigos, doidos ou santos, mas quero-os sempre...



Mário Feijó

17.03.12


sexta-feira, 16 de março de 2012

SOMOS ANJOS OU DEMÔNIOS?





Algumas vezes estamos
Quase na beira do precipício
Mas é sempre tão difícil
Achar alguém para dar a mão 

Para empurrar sempre tem
Um alguém disponível
Mas para empurrar basta
Deixar que o vento o faz 

Aí aparecem aqueles
Que “sem querer” te empurram
E depois delicadamente se desculpam
Quando te veem ferido...  

Eu queria entender
Um pouco melhor o ser humano
Queria descobrir se somos monstros
Ou se há um demônio dentro de todos nós?


Mário Feijó
16.03.12

quinta-feira, 15 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SINTO SAUDADES

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: SINTO SAUDADES: Eu sinto saudades Das nossas tardes frias Quando nos sentávamos Em frente à lareira Para sorver um cálice de vinho   Ago...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: FORÇAS PARA RECOMEÇAR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: FORÇAS PARA RECOMEÇAR: Eu nunca entendi Por que é tão difícil recomeçar? Será por que implica em mudanças? Será por que temos que cortar laços?   ...

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: LUZES ACESAS

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: LUZES ACESAS: Eu queria poder abrir minha janela E ver na luz do sol A luz da minha vida   No momento eu me sinto Na coxia de um palco ...

LUZES ACESAS





Eu queria poder abrir minha janela
E ver na luz do sol
A luz da minha vida 

No momento eu me sinto
Na coxia de um palco
Depois de um espetáculo terminado 

Apagaram-se as luzes
E eu não sei qual
O enredo da minha vida
Para o dia de amanhã


Apesar de todas as dores
Eu tento viver sem incomodar ninguém
Mas meu destino é incerto
Espero por minhas luzes acesas... 

Mário Feijó
15.03.12

FORÇAS PARA RECOMEÇAR






Eu nunca entendi
Por que é tão difícil recomeçar?
Será por que implica em mudanças?
Será por que temos que cortar laços? 

Desde que nascemos é difícil viver
Porque nascer é um recomeço
Fora do útero materno
De um mundo de águas quentes 

Mas por que todos os recomeços são frios?
E aqueles que nos parecem quentes
Como sair da casa de um
Para dentro da casa de outro não dá certo... 

Eu quero recomeçar meus dias
Com amor, com saudades, com um sorriso
Uma rosa na janela, flores de girassóis brotando
E com a energia de muito amor no coração
Porque há muita luz dentro de mim... 

Mário Feijó
15.03.12

quarta-feira, 14 de março de 2012

SINTO SAUDADES





Eu sinto saudades
Das nossas tardes frias
Quando nos sentávamos
Em frente à lareira
Para sorver um cálice de vinho 

Agora no calor do verão
O meu corpo não se aquece
Eu não tenho mais teu corpo
Para partilhar comigo dor e calor 

Eu sinto saudades sim
Das nossas tardes
Silenciosas e companheiras
Porque eu tinha a ti 

Lá na rua a chuva tilinta no telhado
E eu não tenho mais os teus braços
Quando tu te enlaçavas a mim
E o que era nosso lar agora é minha prisão... 

Mário Feijó
14.03.12

terça-feira, 13 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: UMA CASA CHEIA DE COR

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: UMA CASA CHEIA DE COR: Tudo o que eu sempre quis Foi que minha casa Colorida de saudades Tivesse a cor do amor   Nas janelas dependuradas Eu quer...

UMA CASA CHEIA DE COR




Tudo o que eu sempre quis
Foi que minha casa
Colorida de saudades
Tivesse a cor do amor 

Nas janelas dependuradas
Eu quero o verde das samambaias
Embaixo delas roseiras
De todas as cores, das amarelas ao salmão 

Bem na entrada eu plantarei
Um pé de jasmins cheirosos
Todo branco para o meu quintal perfumar 

E lá, no meio do terreno, majestoso
Um pé de ipê roxo, só pra lembrar de ti
E que na primavera ele exale bastante amor 

No meio da grama verde
Eu farei um lago e colocarei
Minhas carpas japonesas
De um lado pro outro a nadar 

E num canto farei para os passarinhos
Casinhas para seus ninhos
Com ração e água fresca
Para que possam se abrigar 

É bastante simples o meu sonho
Basta começar a pintar... 

Mário Feijó
13.03.12   

domingo, 11 de março de 2012

AS PEDRAS DO CAMINHO

Hoje é um daqueles dias em que eu me sinto muito só. Lutando contra todos sem saber quem está do meu lado ou quem é meu amigo. A sensação é de que todos querem sugar meu sangue e se eu vivo e sobrevivo é graças aos meus esforços pela minha sobrevivência... Quem eu amo ou quem me ama sempre estará do meu lado. Jamais estará pensando em lucros, bens matereriais ou tesouros escondidos...

Mário Feijó

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: A PRISIONEIRA

Mario Feijo - Poeta e Artista Plastico: A PRISIONEIRA: Ela começou a enredar-se Em suas próprias teias de lã Foi a educação, a religião, seu pai, Seu marido, preconceitos, seus ir...

A PRISIONEIRA





Ela começou a enredar-se
Em suas próprias teias de lã
Foi a educação, a religião, seu pai,
Seu marido, preconceitos, seus irmãos
Ela não se pertencia em nada
E o máximo que se permitia
Era um carteado às sextas-feiras
Redimindo-se depois nos terços
Que rezava todas as terças-feiras... 

Quase tudo em sua vida
Tinha fios do passado
Que tecia nos sapatinhos de lã
Que doava aos desfavorecidos... 

Ela insegura, agarrava-se às linhas e agulhas
Como se tramasse seu destino
Não cabiam neles desatinos
Nem quando platonicamente se apaixonava... 

Há muito pouco tempo
Pensou se Dulcinéia
E se apaixonou por D. Quixote
Coitada! Quase foi atropelada
Pelo cavalo do “burro”... 

Enquanto sua vida não muda
Ela calada sonha longe
Muito longe do marido,
Seu carcereiro... 

Mário Feijó
09.03.12