domingo, 31 de julho de 2011

POR TI...





A minha boca cala
Mas o meu corpo inteiro clama
O meu corpo inteiro fala
O que eu sinto por ti... 

A minha boca cala
Mas o que eu queria
Era poder gritar
Que te quero, que te amo... 

A minha boca cala
Mas o meu coração pulsa
As pernas tremem
A pele inteira se eriça... 

A minha boca cala
Enquanto meus olhos brilham
O corpo sua e se arrepia
Porque eu tenho necessidade de ti... 

Mário Feijó
31.07.11  


sexta-feira, 29 de julho de 2011

FÔLEGO DE GATO





Haja fôlego
Para sobreviver
Haja fôlego
Para amar você 

Fôlego de gato
Sobre/vida
Sete vidas
Sobrevivida a cada dia 

Espero por ti
Todos os dias
Sobrevivendo sem ti
Nem sei mais
Quantas vidas ainda me restam 

Que me queiras
É o que eu quero
Enquanto ainda
Vivo meus últimos dias... 

Mário Feijó
29.07.11

ENTRE A SEDUÇÃO E O AMOR





        Quando cheguei de madrugada, a cama estava vazia. Eu morria de frio e ela tinha ido embora, talvez por ciúmes ou para me encostar na parede. Até a cachorra ela levou consigo, sinal de que estava mesmo brava. Resolvi tomar um banho para me esquentar enquanto a cama aquecia com o lençol elétrico ligado. Ao sair do banho e entrar no quarto deparei-me com Vera, minha cunhada, deitada em nossa cama.

Seu rosto estava afogueado e suas mãos cobriam os seios nus. Era óbvio que eu não esperava por esta situação e era apaixonado por minha mulher, Vera sabia disto e aproveitou a situação para tentar me seduzir. O que ela não tinha inventado à irmã?

Quem resistiria ao apelo daquela jovem de 18 anos, corpo esculturalmente lindo? Mas meu amor por minha esposa era mais forte. Se eu ficasse sei que não resistiria à tentação, então o melhor era sair de casa e no outro dia procurar minha mulher para explicar que eu não tinha culpa e nem criei aquela situação. Contar-lhe-ia que devia ser armação de sua irmã, pois eu a amava mais que tudo. A carne até pode ser fraca em algumas situações mas meu amor era muito mais forte...



Mário Feijó

29.07.11

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ENTRE O BEM E O MAL





        Outro dia alguém perguntou:

- quem criou o bem e o mal?

Ao que eu me meto a responder, sem muita propriedade certamente, mas com a certeza da experiência vivida.

Deus nos fez à sua imagem e semelhança. No entanto deu-nos o livre-arbítrio, onde as escolhas e os caminhos somos nós que fazemos. Portanto, nós seres humanos, escolhemos entre o bem e o mal, o certo e o errado!

Mas o que é o bem e o mal? Ainda insistiriam. E eu responderia: o bem é tudo o que nos eleva a alma, tal como: respeitar o limite dos outros e da vida; é não querer para os outros o que não quer para si. É respeitar o planeta como a sua casa, sua morada.

Aí começam algumas regras do bem viver. Limites entre um e outro.

Mário Quintana disse:

“Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não pelo que sentimos. Podemos prometer sentimentos. Atos são pássaros em voo”.

Certamente ele falou isto também, não porque estivesse criando leis sociais, mas pela observação da vida, pela experiência dos anos vividos.

Compete a cada um de nós escolher estes atos e o amor sempre pode fazer de nós seres melhores. Se decidimos com amor, certamente estaremos dando o melhor de nós. Desta forma estaremos decidindo pelo bem...

Mas tudo não passa de conceitos. Conceitos que aprendemos com a família, com a escola, com a sociedade e são regras sociais. Regras estas que compete a nós, pela nossa visão diante dos fatos decidir. Assim estaremos decidindo entre o bem e o mal.

Eu já ouvi um provérbio ou dito popular que dizia que o bem e o mal são dois lobos dentro de nós. Sobrevive o que nós alimentamos...



Mário Feijó

27.07.11             

SER FELIZ





Houve um tempo
Em que eu queria tanto da vida...
O tempo passa e eu descubro
Que pouco me basta para ser feliz... 

Ter saúde – me basta
Ter filhos saudáveis – me basta
Dias de sol, noites de luar,
Tardes amenas – tudo me basta... 

Basta eu respirar fundo
Compreender a vida
Dar graças por tudo
Agora me basta... 

E eu sigo assim
Feliz por tão pouco
Compreendendo os percalços da vida
Isto agora é o que me basta... 

Mário Feijó
27.07.11

terça-feira, 26 de julho de 2011

DESDE QUE PARTISTE





Algumas vezes tornam-se
Tristes os meus sonhos!
Clamo por ti neles e
Meus braços continuam abertos! 

É um vazio tão grande no corpo
Que faz buracos em meus ossos
Numa osteoporose lenta e dolorida
Atravessando-me a alma... 

A dor causada – esta já não importa –
Batem janelas ao vento – todas abertas à tua espera –
E também bate a porta como se
Em fúria quisessem acabar este martírio... 

E tu não vens – sem nexo saio a caminhar
Os pés me queimam na areia quente
Deste chão que já não sei porque
Ficou tão desértico feito minha vida – desde que partiste!!!


Mário Feijó
26.07.11

MEU AMOR





Diga olhando em meus olhos

“Eu não te quero, não te amo”

Certamente eu sofrerei menos

Mas quando te encontro me chamas de ‘amor’...



Mário Feijó
26.07.11

BRAÇOS ABERTOS





Por que foram inventar
Braços abertos e alguém dentro?
Tenho certeza que sofreria menos
Sem este vazio cheio de você...


Mário Feijó
26.07.11

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ANJO INCOMPREENDIDO





Se você ouvir
O bater das asas
De alguma borboleta, Amy
Diga sim, sim, sim...


Se você escutar
Uma orquestra de batidas
De corações não diga não!
Não pode ser! 

Tudo é possível
Agora onde você está
Até ver homens alados
E anjos em todo lugar... 

Então diga sim!
Sim ao amor
Seja mais complacente
Porque todos querem te ajudar... 

A vida é assim, Amy
Ela vai além da morte
Espero que compreendas
E que não pares de cantar... 

Mário Feijó
25.07.11

A MAGIA DE AMY WINEHOUSE





Ela era apenas uma menina
Que só queria sonhar
Deslumbrada fugiu da realidade
Que tirou seus pés do chão... 

A menina descobriu
Que sabia encantar
E subiu à sua cabeça
O pensamento de que tudo podia... 

Pensou-se fada
Tocava uma varinha
E talentosa fazia magias
Exploraram-na sem piedade... 

E num delírio das drogas
Amy voou para o mundo
Onde realmente os anjos são mágicos
Agora sim ela poderá voar...


Mário Feijó
25.07.11

O MUNDO MÁGICO DOS ESCRITORES





A você que me lê
A você que escreve
Hoje é o seu dia
Faça um pouco de história
Pegue as asas do vento
Vá até o firmamento
E faça poesia... 

Há estrelas no olhar
Eu quero lê-las no teu
Eu quero sentar nelas
E poder contar
Nos versos dos passarinhos
Quando cantam
Ao construir seus ninhos
Gorjeando cantigas de amor... 

Eu quero raios da lua
Para gravar na pele nua
De qualquer trovador
Escrever compassos
Construir meus laços
Em abraços para falar de amor... 

Quero deixar cantigas
No canto dos grilos
Que sapos se encantam
Sem os querer devorar... 

É assim que são
Todos os escritores
Levam-nos ao mundo da magia
Incentivando-nos a querer sonhar...


Mário Feijó
25.07.11

domingo, 24 de julho de 2011

IMAGEM EM DOBRO (conto)




Cap. III – Diário de uma prostituta adolescente



IMAGEM EM DOBRO



Maldita hora em que eu fui atrás de Olívia, na cidade de Osório, pensou Daiane. Além das preocupações que eu já tinha ela me criou outras. Falou-me para cuidar de uma possível gravidez. Já imaginou? Além de tudo, mais isto.

E não é que a cartomante podia ter razão. Antes de fugir ela havia mantido relações com Dagoberto e depois... ah! Depois...

Bem, depois durante a viagem Fernando, o tal motorista do caminhão cobrou a passagem direitinho...

Remexendo seus poucos pertences de repente cai no chão uma foto, em preto e branco, com passos na areia e no verso estava escrito “você faz seu próprio caminho”.  Um arrepio percorreu seu corpo e ela pensou: acho que vou mudar pra Capão da Canoa. Disseram-me que lá eu teria mais chances de arrumar um emprego e no inverno as pousadas são mais baratas.

Desembarcou na rodoviária de Capão, atravessou à rua e foi em direção a uma fruteira próxima quando viu uma senhora desembarcando de um Fox preto, puxou conversa pedindo informações ao que a senhora logo se apresentando disse chamar-se Sônia Maria e que ali mesmo perto da rodoviária havia uma pousada de sua amiga Maria de Lurdes, chamada Pousada de Capão. Quase foi ao céu tamanha a sua felicidade, parecia que as coisas aconteciam de uma forma que tudo se encaixava rapidamente. Além de um lugar pra morar Daiane conseguiu um emprego na Pousada de Maria de Lurdes, que lhe dava além de comida um quarto pra dormir, mais um salário mensal. Estava até esquecendo as preocupações e agruras dos últimos tempos.  

Numa tarde de folga, já no inicio da primavera, Daiane resolveu passear na praia, conhecer os mares do sul. A maré estava baixa e a praia semideserta, mas o tempo estava nublado e os jornais anunciavam uma frente fria se aproximando, o que dava uma sensação de inverno, principalmente para Daiane, acostumada ao calor do nordeste.

Caminhou pensativa por longo tempo e diante de uma rajada de vento mais forte resolveu voltar e se assusta ao olhar o caminho antes percorrido e se lembrar da foto e das palavras “você faz o seu próprio caminho”. Parecia profético e assustador tudo o que lhe acontecia e a imagem que ora via parecia ser a mesma da fotografia...

Voltou para a pensão da D. Maria de Lurdes e lá chegando ela apresentou à Daiane dois rapazes atléticos, muito bonitos, com idade que regulava vinte e poucos anos dizendo que eram seus filhos e que haviam saído de um seminário, onde estudavam, para dar um tempo em suas vidas.

Daiane foi para seu quarto com a imagem dos rapazes na cabeça, nem tanto pela beleza deles, mas porque um parecia a imagem refletida do outro. Seriam gêmeos? Parecia que sim, mas a cabeça de Daiane girava, ora vendo a imagem dos rapazes, ora os passos na areia...



Mário Feijó

24.07.11

PIJAMA LILÁS



Não diga nada
Apenas dispa-se
E coloque seu pijama lilás
Que está sobre a minha cama 

Deite-se lentamente
Se entregue ao meu amor
E tenha sonhos azuis
Ou até mesmo multicor... 

Vamos juntos descobrir
Tudo o que nos faz felizes
Amar não é se esconder
Deixemos que se escondam os infelizes...

Nascemos para amar
O amor não tem uma cor
Ele é multicolorido
Limpamos as cicatrizes
E também todo o prurido... 

Mário Feijó
24.07.11

sábado, 23 de julho de 2011

PENSANDO EM AMY WINEHOUSE





        Viver é para poucos um grande privilégio. A vida é uma dádiva. Enquanto alguns apenas vivem como se fossem abelhas em uma colmeia, ou até mesmo como se fosse uma comunidade de formigas...

        Para uns, viver existe uma razão, mas com muito pouca emoção, para outros viver não implica em qualquer responsabilidade e fazem da vida uma roleta russa brincando com a morte... usam drogas, cortam os pulsos numa chantagem de amor...

O amor vai além da compreensão da vida, além da contração muscular deliciosa de um orgasmo.

Não compreendemos as nossas razões então como iremos compreender as razões, como iremos compreender as razões de Deus para com a nossa existência?

Enquanto isto ouço o bater de asas. É mais um anjo rebelde que não compreendeu as razões da vida levanta voo e vai embora...

Não nos compete julgamento ou condenações, apenas orações...



Mário Feijó

24.07.11

sexta-feira, 22 de julho de 2011

NO MEU QUARTO





Num canto da sala
Num canto do quarto
No quarto do mundo
Num recanto, ouço um canto... 

Enquanto caio
Saio, levanto, ando
Sigo, vou embora
Sem fugir de ti, nem de mim... 

No quarto
Eu parto
Divido ao meio
E o que sobra? 

Sobra a minha vida
E com ela faço o que quero
Na sala, no quarto
Ou em qualquer lugar... 

Mário Feijó (23.07.11)

CORRE MENINO





Corre menino
Que a vida não para
Ninguém espera
Você levantar... 

Corre menino
Vai à luta! Labuta!
Vai trabalhar!
Ganha teu pão... 

Corre menino
Não espera sentado
Teus filhos crescerem
Eles esperam de ti, não por ti... 

Corre menino
Veja bem o que fazes
Não és mais criança
Crianças ainda são teus filhos... 

Mário Feijó
23.07.11

POR TI






Desde o dia que eu te conheci
Tenho escrito estrelas
Traçado rumos e por eles
Trilho à tua espera... 

Sei que tu nem sabes
Mas eu já fui ao inferno
Por te amar
E vivo nele sem ti... 

É torturante sofrer
Por desejar alguém
E meu corpo
Com instintos animais: deseja-te... 

O que eu faço
Com o meu sangue
Que espera por ti
Para retribuir em orgasmos?

sábado, 16 de julho de 2011

BEIJOS E DESEJOS


Eu sempre te desejei
Desde a primeira vez que te vi
Sempre quis tocar teu corpo
Beijar teus lábios, teu sexo...

Com ou sem nexo
Sem precisar explicar
Só me entregar por inteiro
Como se beijos fossem bis(coitos)...

Biscoitos recém-saídos do forno
Quentinhos, deliciosos
Feito o sol nos finais de tarde
Quando começa a se por...

Eu ouço sininhos nos meus ouvidos
Todas as vezes que te beijo
Todas as vezes que toco tua pele
Todas as vezes que beijo tua boca
Por isto eu quero bis... bis... bis...coitos...

Mário Feijó
15.07.11








ESTAMOS LIGADOS






O meu corpo chora
Chora por ti todos os dias
Todos os dias o meu corpo
Clama por teu amor... 

Eu já não sei mais
O que faço com este corpo
Que sente saudades tuas
Saudades dos teus toques... 

E teus toques eram retoques
Que melhoravam minha vida
Meu modo de ser – minha existência –
Agora faltam teus beijos...


Teus beijos sempre foram
O alimento do meu desejo
Para lembrar que eu estou vivo
Sem ti as flores murcham
E eu morro aos poucos... 

Mário Feijó (14.07.11)

CORAÇÃO



A visão dela:


Vejo as imagens em minha mente adoentada
As árvores que nunca plantei
Os frutos que nunca colhi
Os galhos que não podei
As sementes que covardemente não semeei  

Vejo o tempo perdido
Árvores viçosas aqui estariam
Os frutos que me alimentariam
Podaria galhos para sua beleza
As sementes prontas para um novo ciclo


Aí me pergunto!
Onde foi que errei?
Eu mesma respondo!
Não foi erro! Foi culpa!
Culpa de uma mente adoentada
Por não dar ouvidos quando a razão falava
Você está enganada!
Não siga sempre uma mente demente
Não podemos deixar de ouvir
O coração da gente... 

Neura Malinoski


A visão dele:


Claro que precisamos
ouvir nosso coração
mas também há momentos
para ouvir a razão... 

Frutos a gente colhe
não só plantando sementes
colhemos frutos
quando plantamos amor... 

Não vale à pena na vida
por qualquer coisa se torturar
lembre-se sempre que só acerta
aquele que tem coragem para errar... 

Aprendemos sempre
e a todo momento
porque fazer das suas ações
sempre um grande tormento? 

Calma menina! Relaxa!
Estenda seus braços
Encoste o seu peito ao meu
Deixe que os dois estejam num só compasso... 

Mário Feijó
14.07.11


NAS ASAS DA BORBOLETA






Eu sou este anjo
Que agora te vira as costas!
Cansei de te carregar no colo
E me pagares com bofetadas... 

A loucura da tua realidade
Quase me levou a vivê-la
Mas eu consegui numa metamorfose
Deixar de ser a lagarta passiva... 

Teus olhos brilham
Quando eu por acaso
Volto ao teu jardim
Com flores murchas 

Minha esperança é que tenhas
Um intenso amor por ti
Que replantes tuas flores
E que voltes a sentir o perfume que elas exalam...  

Mário Feijó
14.07.11

quarta-feira, 13 de julho de 2011

NECESSITO DE VOCÊ



Eu sinto um vazio
Dentro de mim!
Desde que você se foi
Ficou este buraco! 

Há em mim falta de beijos
Falta de risos na cama
Falta de cheiro do teu suor
E falta dos nossos cheiros juntos! 

Eu necessito de você
E mais ninguém preencheu
O vazio que você deixou!
A minha necessidade tem o teu tamanho.  

Mário Feijó
13.07.11

OS DEUSES E OS IMBECIS






Às vezes algumas pessoas
Querem nos ditar
O jeito que devemos ter
O nosso modo de agir
E até a quem devemos amar! 

Seriam eles deuses ou imbecis?
Ou apenas tolos que se acham
Algum ser superior? 
Temos o livre arbítrio

E cabe a nós fazer escolhas!
É tão difícil a vida
Sem alguém se metendo nela
Imagine alguém a nos dirigir? 

Eu só deixo alguém
Dirigir minha vida
Quando entro em um avião
Quando tenho motorista particular
Ou quando alguém que eu amo
Quer me levar para a cama...                       

Mário Feijó
12.07.11

A INTENSIDADE DO AMOR





Eu te amei
Com a força dos ventos
Que movem moinhos
E que levam energia... 

Eu te amei
E meu amor movia montanhas
Acendia as luzes
Que piscavam ao teu redor... 

Eu te amei
Como a luz do sol
Que dá vida aos seres na terra
E fui tratado como grão de poeira... 

Eu te amei
Com toda intensidade
E tu me tiraste do olho
Apenas com uma lágrima... 

Mário Feijó
12.07.11

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A MENINA DAS CARAMBOLAS





        Eu não sei por que ela gostava tanto de carambolas. Pensava que era porque quando as cortava e colocava na salada, parecia que estrelas tinha ali repousado, mas ela disse que era pelo sabor diferente – exótico, diria eu.

Carambola é uma fruta diferente: além de ter cinco lados, o gosto é meio cítrico, meio aguado, mas excitante.

Um dia ouvi um médico dizer na TV que quem tinha feito transplante de rim não poderia comer carambolas. Não sei a razão e ele também não argumentou e eu fiquei com um pouco de medo de comê-las...

Larissa as comia como se comesse a coisa mais saborosa do mundo. Eu, particularmente quando criança adorava-as (acho que é porque na casa da minha avó tinha um pé, e eu adorava comer frutas frescas, apanhadas no pé). Agora não vejo e nem sinto mais graça no sabor das carambolas.

Esqueci de dizer que Larissa é minha neta e deve ter herdado este sabor infantil por carambolas de mim. Mas ela adora qualquer fruta e experimenta com facilidade as que não conhece. Eu já não sou assim e sempre resisti a provar gostos novos. Manga fui provar depois dos quarenta anos, adorei. Açaí depois dos cinquenta. Também gostei, mas não repeti.

Ainda existem muitas frutas tropicais ou exóticas que me reservo o direito de não provar (risos), mas a menina das carambolas prova tudo. Come tudo. Eu queria ter sido assim...





Mário Feijó

06.07.11

AS MARCAS DO TEU CARINHO





Eu aproveito
Todos os momentos
Que posso estar perto de ti
Usufruindo tua energia
Alimentando o meu amor... 

Sou a água
Que manhosa e lânguida
Esvai pelo leito do rio
Que se esfrega na areia do fundo 

Como se estivesse
Roçando tua pele
O que deixa em meu corpo
As marcas deste carinho... 

Mário Feijó
06.07.11


“VOCÊ É UM AMOR”





Você disse:
“Você é um amor”
Mas foge de mim!
Se me ama de verdade
Por que não me queres? 

Se quiseres eu até te deixo livre
Você vem e vai quando quiser!
Basta que todos os dias me diga:
“Você é um amor”... 

Mário Feijó
06.07.11




segunda-feira, 4 de julho de 2011

SEM CULPA E SEM MEDO





Eu já tive muitos medos na vida
Tive medo de beijar por tesão
Mesmo estando apaixonado
Medo de falar do meu amor
Medo de te tocar... 

Tive medo de alguns bichos
Tive medos que viraram culpas
Tive medo de gente
E medo de correr riscos... 

Já houve épocas
Que eu tive medo até de mim
E para vencer meus medos
Tive que me fazer de forte...  

Então veio o tempo
E te levou embora
Como se tivesses
Sido abduzida... 

E o medo continuou
Eu perdi muito
Enfrentando ou fugindo
De todos os meus medos... 

E foi então que sem medo
Enfrentei todos os medos
Tornei-me forte e me amei
Aí percebi que tinha vencido... 

Mário Feijó
04.07.11

domingo, 3 de julho de 2011

INDECENTE





Eu queria ser indecente
Tirar a tua roupa
E te tocar livremente
Em qualquer lugar te amar... 

Queria beijar teus lábios
Feito colibri que sem pudor
Entra livremente nas partes
Mais íntimas da flor... 

E por amor desfolhar-te
Tocar cada parte do teu corpo
Perpassando sobre ele suavemente
Minha língua num banho de gato... 

E se preciso fosse gritaria
E gemeria de amor
Até que o sol inclemente
Queimasse nossas peles desnudas... 

Mário Feijó
03.07.11